Português, perguntado por tataleaosoares46, 3 meses atrás

Em breve, começaremos outro ano de trabalho, recompostos pelas férias, mas inquietos com novos desafios ou os que ainda restaram, como quais novas turmas teremos e quais manteremos. Isso é essencial na nossa profissão e, após acompanhar gerações de professores em formação e muitos inícios de períodos letivos, sei que as dúvidas têm mais valor do que as certezas. Na minha experiência de professor, vejo que os trabalhos mais eficientes são desenvolvidos por gente que considera que as questões mais difíceis valem mais que respostas prontas desde que se transformem em ação. Por exemplo, Demétrio, José André e Marta queriam ensinar Ciências emancipando para a participação e Cecília gostaria de mostrar que na própria escola se formam os professores, ambas experiências que resultaram em livros muito bons. Já Luiza queria crianças inventando respostas e não repetindo as mesmas, o que prossegue na busca de Wagner por aulas participativas mesmo que com dezenas de alunos. Suas inquietações frutificaram em projetos de vida, em Florianópolis, Natal, Rio de Janeiro, São Paulo ou Botucatu, a 243 quilômetros de São Paulo. Aprendo muito com eles e, se aprendem algo comigo, é que nosso bom serviço não leva os alunos a responder tudo, mas a fazer perguntas inéditas, como as que eles fizeram! Também de leitores recebo questionamentos preciosos: Fernanda busca na psicopedagogia como alfabetizar alunos com dificuldade especial, a coordenadora Cristina procura professores do segundo ciclo preparados para esses alunos, Marluce denuncia carências do sistema escolar, Afonso quer proteger o professor da violência escolar e Adélia busca no circo formas de aprender. Cada questão motiva um programa de investigação. Esses educadores, com décadas de Magistério ou apenas dois ou três anos de prática, revelam uma vitalidade à altura dos problemas de nossa escola. Sua força maior está nas questões que ousam fazer, e não somente nas respostas parciais com que acenam e, em vez de lamentações, resultam em planos de ação que dão sentido a seu trabalho diário. Tudo isso reforça a convicção de que teremos uma Educação com mais qualidade quando enfrentarmos, com determinação, os problemas reais surgidos no dia a dia - e não apenas pela absorção contínua de saberes e técnicas descolados da prática. Por fim, me permito contar duas perguntas sem resposta, com as quais começo este novo ano, em minha vida de formador de professores e de consultor. Uma é sobre os professores de disciplinas, que precisam lecionar para muitas turmas em mais de uma unidade e não conseguem acompanhar e avaliar tantos alunos sem conhecê-los. Sei que isso só se supera ao se dedicarem exclusivamente a uma escola, mas como conseguir? Penso que ajudaria terem atividades extraclasse para ocupar todos os horários ou garantir que pudessem ensinar várias disciplinas afins na mesma escola. Mas são propostas provisórias a serem batalhadas, pois está claro que não se realizam só porque alguém "teve uma ideia". A outra é mais filosófica, sobre um processo social que envolve a Educação: as atividades braçais e repetitivas têm sido substituídas por autômatos e sistemas, e quem não tem formação elaborada está fora do mercado de trabalho. Como o acesso a boas faculdades não evolui no mesmo ritmo das tecnologias de produção e serviços, o que fazer para evitar essa exclusão social? Há algum tempo, investigo programas para escolas públicas de Ensino Médio promoverem a inserção profissional, mas ainda vejo esse cenário como outra questão aberta, demandando mudar uma cultura escolar com tantos envolvidos... Esses são dois assuntos que me motivam e, por isso, fazem parte de meu projeto. E você: quais são suas questões?

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Respondido por isadoraocosta
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Resposta:

n dá pra ler tudo isso até me deu dor de cabeça,desculpa mano

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