Em alguns momentos, o narrador dialoga com o leitor: às vezes diretamente, às vezes, antecipando perguntas que o leitor poderia se fazer.
Selecione na lenda e anote, duas passagens em que isso acontece.
Texto: Como Nasceram as Estrelas - Clarice Lispector
Soluções para a tarefa
Resposta:
Como atingir o leitor é a principal preocupação do jornalista. Ou deveria ser. É antiga e
corrente na profissão a crença de que, apesar de ser o leitor quem sustenta o jornal, o jornalista só
escreve para si mesmo e seus pares. Na filosofia do “Projeto Folha”, a preocupação com o leitor
passa a ser fundamental. Editores e integrantes da direção de Redação sempre lembram os demais
jornalistas da importância que tem o ponto de vista do leitor. (SILVA, 2005: 208)
O autor prossegue esclarecendo que desde 1982 o jornal Folha de S. Paulo faz pesquisas
de opinião pública com o auxílio de instituto próprio, o DataFolha, de cujo trabalho costumam
resultar muitas manchetes. O setor atua bastante na área de serviços, entrevistando populares em
supermercados ou lojas de automóvel, por exemplo, mas principalmente levantando, a cada ano,
o perfil do leitor, dado que norteia o jornal e uma informação explorada nessa dissertação. Um
aspecto interessante diz respeito ao tempo. Segundo a Folha, o leitor dispõe, em média, de 30
minutos para ler o jornal. O que deve ser menos do que isso, contrariando a crença do leitor
confortavelmente sentado num sofá, todo olhos para o que escreveu o jornalista. (SILVA, 2005:
209) A afirmação se repete em pesquisas da Marplan, como se pode conferir mais adiante.
Um mal para o qual não houve remédio, no entanto, foi o dos índices de leitura
de jornal, que permaneceram baixos no Brasil que chegou a seus quase 170 milhões de
habitantes nos anos 2000 e ainda não tem um jornal que ultrapasse rigorosamente marca
de um milhão de exemplares. Na ponta do lápis, os investimentos em propaganda caíram
5,39% em 2001 e, nesse mesmo ano, o faturamento dos jornais estacionou em R$ 1,97
bilhão, contra R$ 2,11 bilhões no ano anterior. A redução acabou na casa dos 6,56%. Em
tempo - o Brasil conta com 1.300 jornais, nas mais diversas periodicidades, sendo que
uma centena deles responde por 92% da circulação diária paga no país. Os grandes do
setor são Folha de S. Paulo (500 mil exemplares diários), O Globo (315 mil), O Dia
(300 mil), O Estado de S. Paulo (300 mil), Zero Hora (170 mil), Jornal do Brasil (160
mil), O Estado de Minas (160 mil) e Correio Braziliense (80 mil) - com o qual a Gazeta
do Povo, de Curitiba, se assemelha em circulação.
Tudo indica ter chegado a hora de considerar que, no encalço desse leitor de massa,
arisco como um bando de aves, há um sem número de leitores diferenciados, dotados de vontade
própria e de referências e experiências que são determinantes em suas escolhas. Não são
tipologias, mas indivíduos. Sem considerar esses aspectos – e suas conseqüências na
performance da imprensa -, não há atalho possível no cenário em que os leitores parecem não se
renovar. Pelo menos não na quantidade e velocidade de um mundo contabilizado industrial e
geograficamente. Não faltam pesquisas de mercado, é verdade, ocupadas em decifrar
quem é e como se comporta hoje o leitor de jornal. Mas por conta de sua natureza
comercial, essas pesquisas não colocam seu objeto de investigação numa perspectiva
histórica, por exemplo. O letramento no Brasil, capaz de fornecer tantos dados, não é
consultado quando o que se busca é estímulo e resposta em tempo recorde. O mesmo se