elabore um
texto com base nas informações sobre a fundação lendária de Roma
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Resposta:
A Fundação de Roma é um evento ainda pesquisado por arqueólogos e historiadores, uma vez que as fontes literárias sobre o assunto datam de centenas de anos após sua ocorrência, de forma que cada descoberta arqueológica demanda novas formas de analisar as citadas fontes. Os romanos elaboraram um complexo conto mitológico sobre a origem da cidade e do Estado, que se uniu à obra histórica de Tito Lívio e às obras poéticas de Virgílio e Ovídio, todos da era do imperador Augusto.[1] Naquela época, as lendas oriundas de textos mais antigos foram trabalhadas e fundidas num conto único, no qual o passado mítico foi interpretado em função dos interesses do império. Os modernos estudos históricos e arqueológicos, que se baseiam nestas e em outras fontes escritas, além de objetos e restos de construções obtidos em vários momentos das escavações, tentam reconstruir a realidade que existe no conto mítico, no qual se reconhecem alguns elementos de verdade.[2]
Por muito tempo postulou-se que os verdadeiros fundadores da cidade propriamente dita teriam sido os etruscos que instalaram-se na região no século VI a.C., no entanto, evidências arqueológicas recentemente descobertas questionam a veracidade desta afirmação.[nt 1] A data da fundação é, a rigor, desconhecida, embora autores como Tim Cornell argumentem que teria sido no século VIII a.C., c. 800 a.C..[4] Durante o reinado de Augusto, o historiador Marco Terêncio Varrão (116–27 a.C.) estabeleceu a data como 21 de abril de 753 a.C. com base em estudos do astrólogo Lúcio Tarúcio Firmano.[5][6] Outro ponto conflitante em relação a Roma é a etimologia de seu nome. Embora associado pela tradição com Rômulo, diversos autores, tanto clássicos como modernos, associaram diversas origens para o nome "Roma".
Explicação:
Os primeiros habitantes de Roma, os latinos e sabinos, integram o grupo de populações indo-europeias originárias da Europa Central que vieram para a península Itálica em ondas sucessivas em meados do segundo milênio a.C.;[nt 2] Velho Lácio[nt 3] era o antigo território dos latinos, atualmente o sul do Lácio. Estes indo-europeus divergiam em origem, língua, tradições, estágios de desenvolvimento e extensão territorial. Por se dispersarem por toda a península Itálica, entraram em contato com outros dois povos que habitavam a região, os etruscos e os gregos. Os etruscos assentaram-se e floresceram a norte de Roma na Etrúria (moderno norte do Lácio, Toscana e parte de Úmbria), a partir do século VIII a.C. onde fundaram cidades como Tarquinia, Veios e Volterra e influenciaram profundamente a cultura romana.[9] Suas origens são desconhecidas[nt 4] e muito do que se sabe sobre eles é derivado de achados arqueológicos em suas necrópoles.[12] Os gregos haviam se estabelecido na chamada Magna Grécia e fundaram colônias tais como Síbaris, Tarento, Crotona, Cumas e Nápoles entre 750-550 a.C..[13] Estes, assim como os etruscos, exerceram nítida influência nos povos itálicos e em Roma.[14]
Roma cresceu na margem esquerda do rio Tibre, a cerca de 25 quilômetros de sua foz, num trecho navegável do rio, portanto com acesso fácil ao mar Tirreno. Esta região, de clima temperado, em vista da sua topografia acidentada, possui entre as colinas circundantes alguns importantes vales que, no processo de desenvolvimento da cidade, tornaram-se úteis para a mesma.[15][16] Além disso, por estes vales serem, no geral, vales vulcânicos, a produtividade do solo, em vista da presença de fertilizantes naturais como potássio e fosfatos, é elevada.[17] A cidade tinha as vantagens de uma posição ao mesmo tempo marítima e do interior.[18] Situada a cerca de 20 km das colinas Albanas, que constituem uma defesa natural, e numa planície suficientemente afastada do mar, a cidade não precisaria temer incursões dos piratas. Além disso, tanto o próprio rio (e a ilha Tiberina[nt 5]) como os montes Capitólio e Palatino operavam como cidadelas naturais facilmente defensáveis.[19][20]
O maior trunfo de Roma quanto a sua localização foi a proximidade com o rio Tibre. Este desempenhou papel fundamental no desenvolvimento econômico da cidade, pois as mercadorias que provinham do mar Tirreno tinham que subir pelo curso do rio para serem dirigidas quer para a Etrúria, quer para a Campânia grega (Magna Grécia). Desse modo era capaz de monopolizar o tráfego terrestre, uma vez que estava situada na intersecção das principais estradas do interior da península Itálica.[19][20] Por haver importantes salinas nas proximidades da cidade, conseguiu transformar-se em ponto de mercado perfeito da "via do sal", futuramente conhecida como via Salária,[2][21] da mesma forma que os rebanhos desempenharam papel primário na economia romana deste período formativo.[22]