Elabore um gênero textual Conto, tipologia textual: narrativo
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Explicação:
conto é um dos gêneros narrativos mais comuns na tradição literária brasileira. Grandes autores, como Álvares de Azevedo, Machado de Assis ou Mário de Andrade, são reconhecidamente excelentes contistas. Em virtude da importância do gênero, muitas faculdades e universidades solicitam aos candidatos, em seus vestibulares, que produzam contos. Existem, inclusive, alguns tipos ou subcategorias desse gênero, entre os quais estão: o conto de fadas ou o conto fantástico.
Estrutura
O gênero literário conto é estruturado como uma narrativa curta que envolve apenas um conflito. Nessa perspectiva, o momento de maior tensão do gênero é chamado de clímax. Além disso, embora não seja uma regra, é comum que o conto apresente:
poucos personagens;
espaço ou cenário limitado;
recorte temporal reduzido.
Uma subcategoria de conto, popularizada no século XX, é o microconto. Nele, em uma ou duas frases, toda a estrutura do gênero aparece. Veja, a seguir, dois microcontos de célebres autores da Modernidade:
Vende-se: sapatinhos de bebê nunca usados.
Ernest Hemingway
Uma gaiola saiu à procura de um pássaro.
Franz Kafka
Nota-se que, em ambos os casos, há uma narrativa com conflito único. No primeiro caso, o conflito, em seu clímax, é a venda de sapatinhos de bebê nunca usados. Sugere-se, portanto, que as personagens envolvidas perderam um filho.
No segundo exemplo, o clímax estaria na ação da personagem gaiola, que sai em busca de um pássaro prisioneiro.
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Elementos
A estrutura do conto é baseada nos elementos fundamentais da tipologia narrativa. Nesse sentido, o gênero textual em questão deve ter:
Personagens
Esse elemento corresponde aos seres que executam e sofrem ações durante o enredo das narrativas. Nesse sentido, podem ser personagens tanto seres humanos quanto outros seres viventes, tais quais animais, plantas ou até objetos humanizados. Veja, a seguir, a apresentação da personagem Ana, do conto “O amor”, de Clarice Lispector:
Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.