É um mal, de que só a raça negra logra imunidade, raro desmentida apenas no curso das mais violentas epidemias (...).Conservadora do elemento africano, exterminadora do elemento europeu, a praga amarela, negreira e xenófoba, atacava aexistência da nação na sua medula, na seiva regeneratriz do bom sangue africano, com que a corrente imigratória nos vemdepurar as veias da mestiçagem primitiva, e nos dava, aos olhos do mundo civilizado, os ares de um matadouro da raçabranca.(Rui Barbosa. In CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial. 2004, p. 57.)Sobre o trecho acima e a forma como o autor analisa o problema da febre amarela ocorrido especialmente emconcentrações urbanas no Brasil, no final do século XIX, é correto afirmar:A-) Para Rui Barbosa, a miscigenação dos imigrantes europeus com os negros garantiria a solução do problema enfrentadocom a febre amarela, uma vez que as gerações seguintes seriam imunes à doença.B-) A indignação do autor deve-se ao fato de que, dado que os imigrantes europeus residentes no Brasil, naquele período,possuíam excelentes condições habitacionais e de higiene, não deviam contrair a febre.C-) A explicação do autor sobre a febre amarela deriva de uma visão civilizatória da sociedade brasileira e da defesa doembranquecimento da população, crenças comuns nos meios intelectuais e políticos do Brasil, no final do século XIX.D-) A preocupação do autor com os efeitos da febre amarela devia-se ao risco de o Brasil perder a imagem de país civilizadoque tinha conquistado diante dos outros países do mundo.E-) Rui Barbosa afirma que somente a raça negra possuía imunidade à febre amarela, devido ao cuidado que osproprietários de escravos tinham em vaciná-los contra essa doença, quando os compravam, visando a proteger seuinvestimento
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A alternativa correta é a C.
Durante o fim do século XIX e o início do século XX, projetos de embranquecimento racial da população e políticas higienistas estavam no auge no Brasil.
Assim, era uma medida idealizada pelo governo para a estabilização do processo civilizatório, e o discurso de Rui Barbosa é totalmente compatível com esse período histórico. As políticas públicas eram construídas nesse sentido, como pretexto para manter a visão estereotipada do negro.
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