E.T. ‑ O EXTRATERRESTRE (continuação)
Na segunda-feira de manhã, Mary apoiou-se na cama de baixo do beliche e pôs a mão na testa de Elliott. Ele estava deitado, de rosto para cima, com olhar abatido.
– Bem – disse ela –, você está mesmo quente.
Elliott assentiu com a cabeça enquanto a mãe já sacudia o termômetro para depois enfiá-lo na boca do filho.
– Volto já – disse ela, saindo do quarto.
Elliott imediatamente tirou o termômetro da boca e puxou sua luminária de leitura para cima da cabeça, segurando-a o mais perto possível do rosto. Também encostou o termômetro na lâmpada acesa, para uma boa medida extra.
Elliott ouviu o toc toc toc dos saltos altos da mãe pelo corredor e rapidamente empurrou a luminária para trás, recolocando o termômetro na boca bem a tempo.
Mary entrou depressa no quarto. Pegou o termômetro e o examinou enquanto se aproximava do armário embutido.
Elliott se sentou ao ver Mary escancarar as portas do armário, e suspendeu a respiração. "Por que ela está mexendo no armário?", perguntou-se ele. "Será que vai ver o alienígena?"
Mary se virou, segurando uma manta – uma manta grande, enrolada feito um pacote do tamanho de um alienígena. Antes que Elliott pudesse abrir a boca, ela desdobrou a manta.
Felizmente, nada caiu rolando lá de dentro. Elliott deslizou de volta para o colchão com um suspiro de alívio, enquanto a mãe ajeitava a manta em torno de seu corpo.
Ela se inclinou bem perto do filho e lhe lançou um olhar experiente.
– Você ficou lá fora esperando a coisa voltar, não foi?
Elliott assentiu com a cabeça.
– Não pode passar as noites no relento. Já é quase final de outubro.
Ele assentiu de novo.
– Vai sobreviver se eu for trabalhar?
Elliott assentiu uma terceira vez.
– OK, então, tchau – disse Mary, dando-lhe um beijo rápido no rosto. – E nada de televisão. E ela se foi.
Elliott ficou deitado sobre o travesseiro por um minuto. Pela primeira vez, cumprir a promessa de não ver televisão NÃO ia ser nenhum problema. Esperou até ouvir o carro da mãe se afastar. Então, pulou da cama e abriu a porta do armário. O alienígena lhe devolveu o olhar. A criatura estava enrolada no roupão de banho de Elliott.
– Bom dia – disse Elliott, delicadamente, fazendo gestos para que a coisa saísse do armário. Enquanto a criatura caminhava para fora, Elliott perguntou:
– Você fala?
Nenhuma resposta.
– Eu humano. Menino. Elliott, Elliott, Elliot – disse o garoto.
A criatura refletiu por alguns segundos, em seguida se virou para caminhar rumo à mesa de brinquedos de Elliott. O tampo da mesa estava coberto de brinquedos e destroços. Elliott apanhou alguns objetos e disse o que eram.
– São bonecos. Podem lutar e viver aventuras. Isso é um bloco. E isso é dinheiro, 25 centavos.
Elliott apontou para o aquário do peixe dourado.
– Isso é um peixe – explicou, jogando lá dentro um tubarão de borracha. – E esse é um peixe maior. O peixe maior come o peixe pequeno, mas ninguém come o tubarão.
A criatura esticou a mão e pegou um carro de brinquedo.
– Isso é um carro. Carro – disse Elliott.
O alienígena prontamente mordeu o brinquedo de metal.
– Não, não, não! – protestou Elliott, puxando o carro da boca do alienígena. A criatura olhou de volta para Elliott, piscando calmamente.
– Está com fome? – perguntou Elliott, enquanto caminhava até a porta do quarto e a abria. – Eu estou. Você fica aqui. Isso mesmo. Fica.
O garoto desceu as escadas até a cozinha. Primeiro, fez dois sanduíches abarrotados de geleia de amendoim e presunto. Depois, abriu novamente a geladeira e apanhou mais um bocado de comida, incluindo o pote de geleia de amendoim, leite, uma fatia de pão, queijo cheddar, refrigerante de uva, uma laranja, uma maçã e uma rosquinha com gotas de chocolate — só o melhor para seu convidado.
(Collins, Terry. E.T. o extraterrestre. Adapt. do roteiro original de Melissa Mathison. São Paulo: Ática, 2002)
Escreva, em dois parágrafos, um pequeno resumo deste fragmento de E.T. o extraterrestre.
Soluções para a tarefa
Resposta: Na manhã seguinte, Elliott fingiu estar com febre. Mary, sua mãe, acreditou, porque ele aquecera a cabeça e o termômetro. Com esse estratagema, o menino livrou-se de ir à escola, ficando sozinho em casa para cuidar de seu visitante.
Depois que Mary foi trabalhar, Elliott correu para o armário, onde o E.T. estava preso. Iniciou, então, suas experiências de estabelecer comunicação com ele. A criatura mostrava grande curiosidade pelos brinquedos do menino, que se esforçava por explicar cada um deles. Mas não correspondeu às tentativas de fazê-lo falar. Quando mordeu um carrinho de metal, Elliott concluiu que seu convidado estava com fome e desceu à cozinha para buscar alimentos.
(Observe que este resumo foi estruturado em dois parágrafos, respeitando os etapas dos acontecimentos narrados no fragmento: a doença fingida de Elliott, para não ir à escola e as tentativas de comunicação com o E.T.)
Explicação:
Neste fragmento de E.T. - O Extraterrestre, o menino Elliott esconde o E.T. da vista de sua mãe, e em seguida se entusiasma com a possibilidade de estreitar laços de amizade com a criatura.
Compreendendo o fragmento de E.T. - O Extraterrestre
É possível argumentar que Elliott esconde a criatura de sua mãe por temer que ela não compreenda a natureza bondosa e ingênua do E.T. para com as coisas da Terra.
Simultaneamente, através do entusiasmo de Elliott, percebe-se que ele considera a criatura um amigo por perceber nele uma curiosidade e ingenuidade bondosa e até mesmo infantil. Elliot apresenta as coisas da Terra para E.T. da mesma maneira que apresentaria o ambiente escolar para um colega novo do colégio, por exemplo.
Saiba mais sobre E.T. - O Extraterrestre em https://brainly.com.br/tarefa/15720826
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