É que não me lembro ao certo quando me apercebi do poder das palavras. Soltas pelas vozes ou impressas,
riviam dentro de mim com vida própria, como um céu imaginário, um circo acoplado à minha existência, pronto para ter
Função com seus espetáculos inimagináveis e surpreendentes. Vida de menino de interior tem dessas coisas... Quando
elas vinham à tona de uma página ou de um disquinho que rodava incansável na vitrola, vagando pelo ar ou nasciam da
boca da professora em movimentos de olhos e mãos, quando nos contava causos engraçados ou tristes, prontamente
viravam cenas de filmes, parecidas com os que assistíamos a cada domingo no cine São José. Algumas palavras eram
capazes de ficar impregnadas, indo com a gente passear pelo resto das coisas da vida, das brincadeiras, dos sonhos
dormidos e acordados. Muitas vezes achava que aquele anãozinho malvado poderia surgir em meio à goiabeira
gigante do quintal, nosso brinquedo maior, pronto para roubar a cobiçada goiaba madurinha, quase ao nosso alcance.
ou para tentar derrubar a gente do galho mais alto e depois soltar a risadinha mais marota e estridente antes de
desaparecer. Por tudo isto não me dava conta da vida das palavras que moravam nos livros, uma espécie de habitat
natural delas. Muito menos da sua importância. Para mim eram como frutos, passarinhos, borboletas. Coisas assim.
Presentes da vida e da natureza.
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Resposta:
A
Explicação:
Garante a coerência argumentativa do texto,pois assim como a natureza é o habitat natural dos passarinhos e das borboletas,os livros são das palavras.
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garante a coerência argumentativa do texto, pois assim como a natureza é o habitat natural dos
passarinhos e das borboletas, os livros são das palavras.
Explicação:
Corrigido
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