“E que coisa há na confusão deste mundo mais semelhante ao inferno que qualquer desses vossos engenhos? Por isso foi tão bem recebida aquela definição de quem chamou a um engenho de açúcar doce do inferno. Quem vir na escuridade da noite aquelas fornalhas tremendas perpetuamente ardentes; os etíopes banhados em suor, tão negros como robustos; as caldeiras ferventes; a gente toda de cor da mesma noite, trabalhando vivamente, e gemendo tudo ao mesmo tempo, sem momento de trégua nem descanso; quem vir, enfim, toda a máquina [de engenho], não poderá duvidar, que é uma semelhança do inferno. Mas, se entre todo esse ruído, as vozes que se ouvirem forem [de oração], todo esse inferno se converterá em paraíso, os homens, postos que pretos, em anjos.”
VIEIRA, Antônio. Sermão XIV do Rosário. 1633. Adaptado.
O relato de um padre jesuíta sobre o trabalho dos negros escravizados em um engenho de açúcar faz concluir que os/as
A
condições de trabalho precárias eram justificadas pela Igreja Católica.
B
trabalhos no campo eram mais leves do que na cidade pois eram protegidos pelos padres.
C
atividades realizadas eram intelectuais e, por isso, a Igreja Católica se opunha à escravidão.
D
ofícios que exigiam esforço físico eram direcionados aos criminosos condenados pela Igreja Católica.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Letra A) condições de trabalho precárias eram justificadas pela Igreja Católica.
Explicação:
O relato sobre o trabalho no engenho, ou seja, um trabalho no meio rural, apresenta condições tão precárias que o autor do texto compara o lugar com o inferno. Ao mesmo tempo, o religioso não se opõe a essa situação, justificando que o sofrimento seria amenizado com orações.
O relato do padre jesuíta Antônio Vieira sobre o trabalho dos negros escravizados nos engenhos de açúcar leva a conclusão de que as condições de trabalho precárias eram justificadas pela Igreja Católica. Alternativa A.
Os engenhos de açúcar: um verdadeiro inferno
Assim como expressa o padre Antônio Vieira em seu Sermão XIV do Rosário, segundo os preceitos da religiosidade, os trabalhadores dos engenhos enfrentavam tal situação como forma de castigo para que se conectassem com a bondade original de Deus, assim, caso se conformassem e procurassem rezar, é possível que Deus os libertasse de tal situação.
Através de figuras de linguagem, a exemplo de "gente tão escura quanto a noite", o clérigo evidencia que tal trabalho pesado deixava os trabalhadores ainda mais pretos, falando do calor, do perigo e de toda a sujeira que era certamente encontrada nesses locais.
Aprenda mais sobre o trabalho nos engenhos de açúcar: brainly.com.br/tarefa/24133438
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