E preciso vigiar de perto esses senhores desobedientes
Por Rafael Sette Câmara
Meus pais e avós me criaram cheio de sonhos de conhecer o mundo, mas agora luto para convencê-los de que é preciso
ficar em casa. Em meio a uma pandemia global que não se via há gerações, me pego tentando persuadir gente com várias décadas
de vida de que essa não é uma crise qualquer - é um acontecimento que vai definir o mundo pelos próximos 50 anos. E que
oferece um número ilimitado de riscos, principalmente para certos grupos.
Absolutamente neurótico. É assim que estou antes de completar uma semana de confinamento. Meu problema não é medo
de
pegar COVID-19, a doença transmitida pelo novo coronavírus. É pegar, nem sentir isso e acabar transmitindo para pessoas do
grupo de risco, em especial aquelas que amo.
A preocupação é tanta que pensei duas vezes antes de visitar os meus avós, algo que normalmente faço dia sim, outro
também. Fui no começo da semana, mas para isso medi (várias vezes) minha temperatura, permaneci distante durante a visita,
evitando abraços e beijos, lavei as mãos uma dezena de vezes e limpei cuidadosamente todas as superficies em que toquei – tão
preocupado em apagar digitais quanto um serial killer após um dia de trabalho.
Enquanto eu dominava o medo de contaminação e pensava, passo a passo, nos cuidados necessários para estar ali, descobri
que minha avó tinha ido, menos de 24 horas antes, num hospital lotado e para fazer um exame de rotina que nós já tínhamos
concordado adiar. Foi sozinha porque sabia que se avisasse a família não iria jamais, como ela mesma admitiu. Dei uma bronca
daquelas e coloquei todos de quarentena, com álcool em gel suficiente e orientações de cuidados mil. Ufa!
Corta para o dia seguinte, quando dei uma última saída rápida de casa, atento para evitar aglomerações e coçando a alma
para não coçar o rosto. Enquanto eu deixava o medo de contaminação me dominar, vi um grupo de octogenários batendo um papo
animado num café no centro de Belo Horizonte, perfeitas ilhas numa cidade fantasma. Não eram os únicos, como descobri pela
minha avó dias depois - a mesma que fez peraltice na segunda, mas que na sexta, já convencida da gravidade do problema,
resolveu dedurar meu pai: "Ele estava no bar ontem. Ligou aqui e me contou".
a) o que acontece na história?
b) quando acontece?
C) onde acontece?
d) com quem acontece?
e) por que acontece?
f) como acontece?
g) e qual a consequência do que acontece?
mim ajudem por favooooo!
Soluções para a tarefa
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conseguiu responder fala aiiii
Se vc conseguiu me passa a resposta?
Respondido por
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Resposta:
se conseguir a resposta tem como me passar por favor
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