É preciso interpretar. É preciso conhecer. É preciso se tornar conhecido. É preciso escrever – mesmo com tintas do sangue – a história que foi tantas vezes negada. A escrita é uma técnica. É preciso dominar esta técnica com perfeição para poder utilizá-la a favor da gente indígena. Técnica não é negação do que se é. Ao contrário, é afirmação de competência. É demonstração de capacidade de transformar a memória em identidade, pois ela reafirma o Ser na medida em que precisa adentrar o universo mítico para dar-se a conhecer o outro. [...] Há um fio tênue entre oralidade e escrita, disso não se duvida. Alguns querem transformar este fio numa ruptura. Prefiro pensar numa complementação. Não se pode achar que a memória não se atualiza. É preciso notar que ela – a memória – está buscando dominar novas tecnologias para se manter viva. A escrita é uma dessas técnicas. [...] Pensar a literatura indígena é pensar no movimento que a memória faz para apreender as possibilidades de mover-se num tempo que a nega e nega os povos que a afirmam. A escrita indígena é a afirmação da oralidade. MUNDURUKU, D. Literatura Indígena e o tênue fio entre escrita e oralidade, 2008. (fragmento). O domínio da escrita ocidental pelos indígenas envolve a identidade e a cultura dos povos envolvidos nesse processo. Daniel Munduruku exemplifica a
A negação da tradição oral indígena.
B permanência dos valores da cultura oral.
C supremacia da escrita diante da oralidade.
D impossibilidade de os povos indígenas de manterem uma memória ancestral.
E importância da escrita para fortalecimento da identidade dos povos indígenas.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
Letra E
Explicação:
Espero ter ajudado
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