É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a exemplo da saúde,
dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao uso da internet, a rede potencializou o fenômeno da
massificação do consumo, pois permitiu, por meio da construção de um banco de dados, oferecer produtos de
acordo com os interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também, na divulgação de informações
que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse sentido, é necessário analisar tal quadro,
intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos.
É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na internet permite a
manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo senso crítico da
população, fruto de uma educação tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a
internet usufrui dessa vulnerabilidade e, por intermédio da uma análise dos sites mais visitados por determinado
indivíduo, consegue rastrear seus gostos e propor notícias ligadas aos seus interesses, limitando, assim, o modo
de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire
mostra-se possível, uma vez que o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa forma,
libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado – neste caso, a manipulação.
Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal controle de dados. Essa
questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual
estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos
usuários da rede produtos que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse pressuposto, esse cenário
corrobora o termo “ilusão da contemporaneidade” defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos acreditam
estar escolhendo uma mercadoria diferenciada, mas, na verdade, trata-se de uma manipulação que visa ampliar o
consumo.
Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima relação com aspectos
educacionais e econômicos. Desse modo, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de
debates e seminários nas escolas, orientar os alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos
científicos ou por intermédio da checagem de dados, com o fito de estimular o senso crítico dos estudantes e,
dessa forma, evitar que sejam manipulados. Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode, ainda, oferecer uma
disciplina de educação tecnológica nas escolas, através de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um
importante impacto na construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e
menos iludida.
8. A expressão “Sob esse âmbito”, empregada no segundo parágrafo, refere-se à / ao:
(A) controle de dados na internet.
(B) vulnerabilidade da internet.
(C) educação libertadora proposta por Paulo Freire.
(D) falta de senso crítico da população em função do ensino tecnicista.
(E) rastreamento de gostos dos usuários.
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8. A expressão “Sob esse âmbito”, empregada no segundo parágrafo, refere-se à / ao:
(A) controle de dados na internet.
(X) (B) vulnerabilidade da internet.
(C) educação libertadora proposta por Paulo Freire.
(D) falta de senso crítico da população em função do ensino tecnicista.
(E) rastreamento de gostos dos usuários.
nicollaugabriel:
Dá melhor?
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