E as esperanças vão sendo frustradas uma a uma: as Diretas Já, a eleição de Tancredo, o Plano Cruzado, o Plano Collor. E agora o Plano Real, que, passada a euforia, vai revelando sua verdadeira face. O resultado é um só: a ruptura do elo que ligava, precariamente, é verdade, o esforço produtivo coletivo à luta individual. Com isso, a autoestima do povo brasileiro declina, a ideia de nação esmaece. As manifestações deste fenômeno são perceptíveis claramente na substituição da figura do cidadão pelo contribuinte e, especialmente, pela do consumidor. Volta a se impor avassaladoramente a identificação entre modernidade e consumo ‘padrão primeiro mundo’. O cosmopolitismo das elites globalizadas, isto é, seu americanismo, chega ao paroxismo, transmitindo-se à nova classe média, que alimenta a expectativa de combinar o consumo ‘superior’ e os serviçais que barateiam seu custo de vida.” (MELLO, João Manuel Cardoso de e NOVAIS, Fernando A. Capitalismo tardio e sociabilidade moderna. In: “História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea”. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 655-656.) Com base na leitura do texto, que aborda eventos ocorridos nos últimos vinte anos do século XX no Brasil. Quais as características encontradas no texto que definem a nova classe média?
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Resposta:
O texto registra várias iniciativas na mobilização política e no plano da regulamentação da economia que, frustradas, levaram a população brasileira em geral a encarar com descrédito os rumos do país no derradeiro instante do século passado.
Percebe-se no texto uma crítica explícita à imposição de um consumismo que subordina os interesses humanos a sua capacidade de consumo, gerando uma expectativa que reduz o bem-estar à quantidade de objetos e bens adquiridos.
Espero ter ajudado ;)
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