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Há uma praça no meio do caminho
Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, Fortaleza é a quinta maior capital do Brasil. Segundo o IBGE, há um grande número de brasileiros e estrangeiros interessados em se estabelecer aqui, na famosa Terra do Sol, pois consideram o bom clima, as belas praias e a hospitalidade do povo cearense, ao definirem suas moradias. É uma bela cidade, com vários pontos turísticos e em crescente desenvolvimento, mas, infelizmente, com área verde reduzida e poucas praças, e uma delas está causando muita polêmica.
A Praça Portugal, localizada no bairro Aldeota e criada em 1947, já passou por muitas reformas, mas sempre teve presença marcante na vida dos fortalezenses, além de ser um símbolo concreto dos laços de Portugal com o Ceará. Contudo, o Plano de Ação Imediata em Transporte e Trânsito de Fortaleza (Paitt) propõe a construção do binário Santos Dumont/Dom Luís e eventualmente a substituição da rotatória (da qual a praça faz parte) por um cruzamento e quatro pequenas praças. Essa intervenção está dividindo a opinião da população, de políticos e de especialistas em arquitetura, urbanismo e engenharia de tráfego.
De um lado, há os defensores da destruição da praça, pois pode ser benéfica tanto para a população quanto para as pessoas. “Vai melhorar os passeios, facilitar o caminho dos pedestres e integrar os modais– pedestre, ciclista, ônibus e veículos”, defende Roberto Cláudio, prefeito da cidade. “Isso não é uma praça, é uma rotatória”, acrescenta. Ainda expõe dois objetivos com o projeto: aumentar a fluidez das vias e reduzir os constantes acidentes na área. Para Luiz Alberto Saboia, coordenador do Paitt, a intenção da prefeitura é requalificar e aumentar a praça, não destruí-la: “A alteração do formato da praça implicará um aumento de mais de 30% em seu tamanho”.
Por outra ótica, os defensores da manutenção da praça apontam uma relação afetiva com ela, que é uma peça histórica de Fortaleza. A arquiteta Marcella Lima, em entrevista, afirma que a referência afetiva que todos têm por ela não pode ser preenchida, deixando um “buraco” na memória da cidade. [...]
“Dizer que a praça não é uma praça é um insulto à nossa cidade e à inteligência das pessoas”, diz o empresário e ativista Bosco Couto em carta ao prefeito. “Dizer que não é uma praça por ser pouco frequentada [...] não é um argumento plausível, pois o fato é que as praças estão inseguras, abandonadas e mal iluminadas”.
De fato, há déficit em relação à passagem de pedestres; no entanto, deve haver um estudo mais cauteloso, pois a troca da rotatória por semáforos não terá efeitos no trânsito a longo prazo. A construção do binário já foi finalizada, um túnel foi construído na Avenida Santos Dumont, semáforos foram colocados, mas as vias permanecem congestionadas nos horários de pico, evidenciando que semáforos não são alternativas inteligentes para os congestionamentos. Luiz Nogueira, engenheiro civil, afirma: “Vejo diversas pessoas achando que o problema do trânsito [...] será resolvido com a retirada e substituição das rotatórias por semáforos. Não poderia haver maior engano”.
É imprescindível ressaltar a presença da praça na vida dos fortalezenses. Apesar do descaso evidente, vários grupos de jovens, desde os anos 1990, frequentam a praça, também eu, que passo por lá todas as manhãs e noites. Os protestos contra a intervenção, como a “Virada”, mostram que ela não é importante apenas para mim, mas para toda a população. [...]
Por todas as histórias que a envolvem, sou contra a destruição da praça, pois há várias alternativas, propostas por arquitetos, que evitam tal destruição, como a instalação de sinais antes da entrada dela, além de evitar o estacionamento próximo à rotatória. [...]
Diz Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor”. Na democracia grega, o povo reunia-se na praça para decidir o futuro da cidade. Agora que o povo quer decidir o futuro da praça, não pode, pois houve uma votação fechada, feita por secretários e vereadores, em vez de uma decisão coletiva, popular e, acima de tudo, democrática.
Há uma praça no meio do caminho dos planos da prefeitura. Mas o poder municipal, em vez de tratar da questão democraticamente, renegou sua história como se ela fosse um mero empilhado de pedras.
5- Copie a tese do texto.
_________________________________________
a) A tese se encontra no(a) _______________ do texto.
(___) introdução
(___) desenvolvimento
(___) conclusão
b) Que justificativas a autora utiliza para defender sua opinião?
6- Releia o início do 5º parágrafo: “Dizer que a praça não é uma praça é um insulto”. Esse trecho só faz sentido se se perceber que ele responde a um argumento já apresentado.
a) Que argumento é esse?
b) Esse trecho reforça ou rebate o argumento anterior?
Flw, seres "terráqueos", rs!
anamastracusa01:
???
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Resposta:
Olá
Explicação:
5-A tese do texto é: Há uma praça no meio do caminho dos planos da prefeitura. Mas o poder municipal, em vez de tratar da questão democraticamente, renegou sua história como se ela fosse um mero empilhado de pedras.
a) A tese se encontra na conclusão do texto.
b) A justificativa é de que a prefeitura estaria renegando a própria história ao invés de tratar da questão de forma democrática.
6- a) O argumento é: "...Roberto Cláudio, prefeito da cidade. 'Isso não é uma praça, é uma rotatória', acrescenta..."
b) Esse trecho reforça o argumento anterior.
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