Durante a primeira metade do século XVIII, foram extraídas enormes quantidades de ouro das jazidas de Minas Gerais. Em meados daquele século, o ouro começou a se tornar cada vez mais raro, sinal de que as jazidas estavam se esgotando.
Mesmo assim, o governo de Portugal cobrava, desde 1719, um imposto de 20% sobre todo o ouro produzido em Minas Gerais. Esse imposto era chamado de “quinto”, porque correspondia à quinta parte do ouro extraído pelo minerador. A partir de 1791, a Coroa fixou o quinto da capitania de Minas Gerais em 100 arrobas (1 500 quilos) anuais. Caso a cota determinada não fosse alcançada, previu-se um dispositivo que ficou conhecido como derrama.
A derrama era uma tributação devida por todos os habitantes da capitania com o objetivo de completar as 100 arrobas de ouro anuais que deveriam ser entregues nas Casas de Fundição.
Além disso, a derrama restringia o acesso das elites locais aos postos da administração régia e anulava os contratos dos mineiros.
Além dessa taxação, o governo português adotou outras medidas de controle sobre toda a colônia. Em 1785, proibiu as atividades fabris e aumentou os impostos sobre os produtos vindos da metrópole. Essas medidas provocaram um grande impacto na colônia, sobretudo entre a população mineira.
Em 1788, a capitania de Minas Gerais não conseguiu completar as 100 arrobas de ouro devidas como imposto a Portugal. Começaram então a correr rumores de que as autoridades decretariam a derrama.
Esses rumores provocaram inquietação entre a população mineira, sobretudo entre as famílias mais abastadas. A partir desse momento, membros da elite mineira começaram a conspirar contra o domínio de Portugal. Entre os integrantes do movimento havia funcionários públicos, poetas, religiosos, militares e empresários da mineração. Muitos tinham dívidas volumosas com o governo português. Essa conspiração deu origem à Conjuração Mineira.
Inspirados nas ideias iluministas e na independência dos Estados Unidos, os conjurados tinham por objetivo libertar a capitania do domínio de Portugal e proclamar uma República em Minas Gerais, com capital em São João del-Rei. Para tanto, planejavam prender e executar o governador e tomar o poder.
Planejavam implantar uma Junta Provisória, liderada pelo poeta Tomás Antônio Gonzaga. Além disso, pregavam o perdão das dívidas junto à metrópole, o incentivo à manufatura local e a criação de uma universidade em Vila Rica. Entre seus ideais, porém, não estava a abolição da escravatura, sobretudo porque os conjurados eram, em sua maioria, senhores de escravos.
O plano dos revoltosos era começar o movimento no dia em que fosse decretada a derrama. Desse modo, muitas pessoas descontentes se juntariam a eles na luta pela derrubada do governo.
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