História, perguntado por joaopedro17062006, 4 meses atrás

– “Durante a ditadura militar no Brasil, umas das muitas facetas repressivas por parte do Estado foi à censura. Meios de comunicação: rádio, televisão, indústria fonográfica, passavam pelo crivo de agentes do governo estranhos às redações e espaços de mídia. Os censores declaravam o que seria permitido ou não ser publicado, gravado, assistido. No campo das artes, em resposta à censura, muitos compositores buscaram formas metafóricas e ambíguas em suas composições, para driblar os censores. Uma dessas canções onde essa forma de resistência aparece é a canção “Cálice” de Chico Buarque de Holanda e Gilberto Gil) Analisando a letra da canção, identifique qual alternativa possui uma interpretação correta sobre a canção dentro do contexto do período em questão: a) ( ) O trecho “Pai! Afasta de mim esse cálice”, representa um protesto do autor contra a Igreja Católica e em favor do protestantismo. b) ( ) O trecho “Mesmo calada a boca resta o peito” representa uma defesa da censura, visto que o autor compreende que mesmo com ela ainda é possível ter ideias próprias. c) ( ) A palavra “Cálice” possui um duplo significado, tanto no sentido de “cálice”, como no sentido de “cale-se” do verbo calar, representando um protesto contra a censura. d) ( ) ”Vinho tinto de sangue”, é um protesto ao sangue derramado pelos guerrilheiros durante a Revolução Cubana de 1959. ​

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Respondido por nicollasbomber
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Resposta:

Estabelecendo um paralelo entre as duas imagens podemos considerar que a radicalização do movimento estudantil no Brasil, ocorrida em 1968, expressa

a opção política de algumas lideranças do movimento estudantil, que por suas vinculações às organizações de esquerda armada, adotaram a militarização.

que o movimento estudantil priorizou desde o início de 68 a estratégia agressiva, utilizando da guerrilha urbana como forma de luta armada entre os próprios estudantes devido a antagonismos políticos.

o amplo apoio da sociedade civil ao movimento estudantil ao misturarem a luta específica universitária com a luta política recorrendo a violência armada.

como o movimento estudantil abandonou a luta armada e concentrou-se nas discussões de esquerda em torno da utilização da violência, mantendo o viés pacífico de suas manifestações.

A radicalização do movimento estudantil foi tanto uma resposta ao aumento da repressão quanto uma identificação com os grupos de esquerda, como é o caso dos integrantes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), que participaram da “Batalha da Maria Antônia”, invadindo e depredando o prédio de Filosofia da USP. Nessa radicalização, os estudantes passaram de manifestantes contra a repressão praticada pelo governo para agressores dos grupos estudantis opostos as suas ideias.

A estratégia de luta armada adotada pelo movimento estudantil ocorreu a partir do segundo semestre de 1968, quando abandonaram a estratégia vigente no primeiro semestre de denunciar e protestar contra os abusos do governo. Até então a proposta era de uma violência engajada, com o objetivo explicito de resistência. À medida que os estudantes ingressavam na luta política também aproximavam-se das organizações estudantis de esquerda passando a utilizar das suas estratégias.

À medida que o movimento estudantil ingressa na luta armada e passa a manifestar-se de forma violenta vai perdendo o apoio da sociedade civil, conquistado anteriormente pela luta contra a opressão do regime militar. A violência utilizada pelo movimento estudantil não é aceita como uma forma de luta legitima pela população, que passa a questionar as ações estudantis, principalmente quando se associam as organizações de esquerda com seqüestros, assaltos, dentre outros.

No decorrer de 68 o movimento estudantil passou do viés pacífico para a luta armada, caracterizando um distanciamento das discussões acerca da legitimidade do uso da violência e do diálogo com o governo. A radicalização do movimento estudantil caminhou no sentido oposto de uma atitude democrática e legitima para uma atitude de enfrentamento armado, delineando a militarização dos grupos estudantis e a sua aproximação das organizações de esquerda. Isso por sua vez gerou maior atenção do governo militar e, conseqüentemente, maior repressão, sendo inclusive que o governo declarou os estudantes como inimigos públicos.

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