Duas novidades golpearam as certezas da ciência clássica no século XIX, foram as geometrias não euclidianas e a física não newtoniana. Explique com detalhes por que essas novidades golpearam as certezas da ciência clássica, citando as alternativas de solução propostas pelo Circulo de Viena e Popper.
Soluções para a tarefa
O final do século XIX e o início do século XX trouxeram algumas descobertas, tais como a geometria não-euclidiana, a física não newtoniana, que abalaram as certezas das teorias científicas clássicas. Elas foram as principais responsáveis pela crise da ciência moderna porque revelaram que a certeza e o determinismo científico eram incongruentes.
A crise de legitimidade do conhecimento científico gerou uma necessidade de reavaliar o conceito de ciência, seus critérios de certeza, a relação entre ciência e realidade e a validade dos modelos e métodos científicos.
O Círculo de Viena propunha a explicitação das afirmações por meio da análise lógica, superando as dificuldades geradas pelo uso impróprio da linguagem que davam origem à metafísica. Quando um enunciado exprimisse, de fato, uma realidade, poderia ser considerado verdadeiro, caso contrário, seria um enunciado metafísico.
Daí o papel que a indução vai ocupar no positivismo lógico, postura doutrinária predominante na filosofia da ciência até pelo menos a metade do século XX: ela é o principal processo e geração de conclusões científicas válidas, pois parte de evidências empíricas.
A indução nos capacita a criar e confirmar hipóteses, formular enunciados gerais a partir de observações da realidade. O processo indutivo é o motor da ciência e somente é considerado científico o enunciado que pode ser verificado por meio de uma validação empírica, por um experimento: este é o princípio da verificabilidade.
A posição inicial do Círculo de Viena acabou se transformando devido ao fato de que muitas das leis naturais em uso, não podiam ser verificadas de forma definitiva.
Surge então, um novo critério para a determinação dos enunciados científicos: o confirmacionismo, quando os enunciados científicos estariam sujeitos à probabilidade e dependendo da quantidade de vezes que fossem submetidos à prova empírica, ou seja, quanto maior o número de eventos singulares aferidos no processo indutivo, maior o grau de confirmação da conclusão obtida, embora nunca pudessem ser declaradas como definitivamente verdadeiras.
Em 1934, a obra A lógica da pesquisa científica, de Karl R. Popper (1902 1994), trazia uma enorme novidade para o debate da filosofia da ciência: tomando o ponto de vista lógico, não há justificativa em inferir enunciados universais de enunciados singulares, independentemente da quantidade destes. Qualquer conclusão colhida desse modo sempre pode revelar-se falsa.
Popper faz o revés do positivismo lógico, através do princípio da falseabilidade, isto é, para que um enunciado possa ser considerado científico, deve haver a possibilidade, pelo menos em tese, de que possa ser refutado, ou falseado. Quanto mais falseadores potenciais uma teoria tiver, ou seja, quanto maior o número de proibições de uma teoria, maior será o conteúdo empírico e, consequentemente, sua qualidade científica.
Nesse sentido, o cientista não deve se preocupar com a explicação ou justificação de sua teoria, mas com o levantamento de possíveis teorias que a refutem. Quanto mais uma teoria resiste à refutação, mais validada ela será.
Bons estudos!