Duas almas
Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
Entra, e, sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
Vives sozinha sempre, e nunca foste amada...
A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
E a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
Se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
Essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
Podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha.
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
WAMOSY, Alceu. Poesia Completa. Porto Alegre: IEL/EDIPUCRS, 1994, p. 143.
Vocabulário:
Lividamente: de modo lívido; pálido; descorado.
Alcova: aposento; dormitório.
Tepidez: estado de morno; quente.
Alvorada: a primeira claridade do dia.
Radiosa: esplendorosa.
Nômade: aquele que não tem habitação fixa; que vive permanentemente mudando de lugar.
Sobre os termos do verso “Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho”, pode-se afirmar que:
A
sozinho é advérbio que indica modo.
B
nunca é interjeição com valor de negação.
C
tão é preposição com ideia de intensidade.
D
sozinho é adjetivo que caracteriza o pronome “eu”.
E
fui é verbo empregado no presente do indicativo.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
E
Explicação:
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