DOU UMA COROA PARA A PRIMEIRA RESPOSTA CERTA
A História da escravidão no Brasil atravessa mais de 300 anos. Da assinatura da Lei Áurea,em 1888, aos dias atuais passaram-se mais de 130 e ainda assim, direitos naturais e básicossão infringidos a essa população. Sendo assim, elabore um texto dissertativo, demonstrando a situação e a luta dos africanos e afrodescendentes após abolição e nos dias atuais. *
Soluções para a tarefa
Em 13 de maio de 1888, há 130 anos, o Senado do Império do Brasil aprovava uma das leis mais importantes da história brasileira, a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão. Não era apenas a liberdade que estava em jogo, diz o historiador Luiz Felipe de Alencastro, um dos maiores pesquisadores da escravidão no Brasil. Outro tema na mesa era a reforma agrária.
O debate sobre a repartição das terras nacionais havia sido proposto pelo abolicionista André Rebouças, engenheiro negro de grande prestígio. Sua ideia era criar um imposto sobre fazendas improdutivas e distribuir as terras para ex-escravos. O político Joaquim Nabuco, também abolicionista, apoiou a ideia. Já fazendeiros, republicanos e mesmo abolicionistas mais moderados ficaram em polvorosa.
"A maior parte do movimento republicano
fechou com os latifundiários para não mexer na
propriedade rural", diz Alencastro. Foi aí que
veio a aprovação da Lei Áurea, sem nenhuma
compensação ou alternativa para os libertos se
inserirem no novo Brasil livre. "No final, a ideia
de reforma agrária capotou."
Nesta entrevista para a BBC Brasil, o historiador
fala ainda sobre a origem da violência do
Estado atual contra os negros, afirma que a
escravidão saiu da pauta e passou a ser vista
como um passado distante, apesar de não ter
acabado há tanto tempo assim, e critica o uso
da palavra "diversidade" para se referir aos
negros. "Falar de diversidade é considerar que
os negros são uma minoria, como nos Estados
Unidos. Mas no Brasil eles são a maioria. É
muito mais que diversidade, é democracia".
Alencastro é hoje professor da Fundação
Getúlio Vargas, em São Paulo. É também
professor emérito da universidade de Paris
Sorbonne, onde lecionou por 14 anos, e autor do
livro O trato dos viventes: formação do Brasil no
Atlântico Sul.