Dona de uma história que se confunde com o do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, Niède Guidon batalha há quase 40 anos para manter intactos os mais importantes registros da saga dos primeiros homens a pisarem no atual território nacional, há mais de 20 mil anos. "Não sei por quanto tempo aguentaríamos", diz ela em conversa com a BBC Brasil. "Precisamos de uma verba regular de R$ 400 mil por mês para manter o parque." Diz Niède. A luta por mais recursos para manter o parque e enfim conseguir transformar a isolada e empobrecida região do município de São Raimundo Nonato em um polo turístico soma-se às dezenas de outras que a arqueóloga tem assumido praticamente sozinha nas últimas quatro décadas. "Eu vim morar no sertão para não deixar essa riqueza se perder e poder ajudar a tirar essas pessoas da miséria", disse, 11 anos atrás, ao receber o prêmio Prince Claus, da Holanda, quando previu: "Minha luta está longe do fim".Niède Guidon nasceu em Jaú, no interior de São Paulo. Integrante de uma família de classe média alta de ascendência francesa, formou-se em História Natural pela USP e, aos 28 anos, foi estudar arqueologia na Universidade de Paris-Sorbonne, onde fez doutorado. Ela chegou ao retornar para o Brasil mas, por causa de sua militância política, voltou à França após o golpe militar de 1964. Lá, fez uma sólida carreira como arqueóloga.
Disponível em: Acesso em 29 abril de 2020.
A) Por que a arqueóloga Niede Guidon tem enfrentado dificuldades para preservar os sítios arqueológicos do Piauí?
B) Como é o trabalho da arqueóloga Niède Guidon para manter o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí?
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A) A arqueóloga comenta sobre as dificuldades financeiras para manter o Sítio Arqueológico Serra da Capivara, no Piauí. O gasto médio destinado à manutenção e funcionamento do espaço é de R$ 400 mil por mês. O atual momento brasileiro e a falta de política pública que valoriza a arqueologia também não tem ajudado.
B)Ela trabalha com muitas dificuldades, desde financeiras até de certa resistência por parte dos arqueólogos em geral, em especial por não aceitarem sua teoria de presença humana com datas muito antigas, por exemplo, 58 mil a.C.
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