Dois velhinhos
Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora. Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro: — Um cachorro ergue a perninha no poste.
Mais tarde:
— Uma menina de vestido branco pulando corda.
Ou ainda:
— Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.
Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo. Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores e espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.
(TREVISAN, D. Mistérios de Curitiba. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.)
1- IDENTIFIQUE e CLASSIFIQUE os seguintes elementos narrativos do conto: (1 ponto)
A) Tempo:
B) Espaço:
C) Personagens:
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1
Resposta:
não sei
Explicação:
mvmavi11silva:
n sabe e respondeu ne ***
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