Do ponto de vista teórico a questão da tolerância foi debatida especialmente a partir da “Carta acerca da tolerância” de John Locke passando pelas reflexões de Voltaire, Kant, Marcuse, Popper, Bobbio, Walzer, por exemplo. Todos aqueles que refletiram sobre a questão afirmaram ideias parecidas. Toda religião deve ser aceita, exceto aquela que pregar a violência e destruição da própria sociedade. Essa ideia central pode ser sintetizada no chamado “paradoxo da tolerância”, ou seja, a noção de que a tolerância ilimitada é coveira da própria tolerância. Em outras palavras, para a manutenção de uma comunidade tolerante é necessário o direito de não tolerar o intolerante. Por isso é um paradoxo: na comunidade multicultural tolerante tudo deve ser tolerado menos os intolerantes.
Considerando as informações apresentadas, assinale a opção correta.
Pensadores como Voltaire, Kant, Marcuse defende a liberdade de crença em sua totalidade, o que inclui o direito de uso da violência para defender suas matrizes religiosas.
Alternativa 2:
O paradoxo da tolerância, conforme o texto sugere, reside na ideia de que não podemos ser tolerantes com aqueles que pregam a intolerância.
Alternativa 3:
Sem a liberdade religiosa ilimitada, as comunidades podem perder seus traços culturais, daí a importância de tolerar mesmo aquelas religiões com doutrinas pautadas na violência.
Alternativa 4:
O preceito da tolerância defende a exclusão social daqueles que apresentarem posturas intolerantes para com segmentos religiosos minoritários.
Alternativa 5:
A ideia de tolerância é meramente filosófica, não havendo a previsão do uso deste conceito no meio jurídico.
Soluções para a tarefa
Resposta:
B
Explicação: A unica que fala sobre não tolerar os intolerantes.
O paradoxo da tolerância, conforme o texto sugere, reside na ideia de que não podemos ser tolerantes com aqueles que pregam a intolerância. Logo, a alternativa B é a correta.
Quem dirá, contudo, o que é intolerância? A imprensa? Os intelectuais? As escolas? Os professores? Os políticos?
A velha pergunta do poeta Juvenal se repete: quem vigia os vigilantes?
É perigoso advogar a favor da posição suscitada no texto. Liberdade de expressar sua crença religiosa é intolerância? Certos tipos de gosto particulares, certo isolamento social, certos temperamentos... tais opções, se forem consideradas intolerantes, devem, então, não ser toleradas - e, pior, combatidas?
O pano de fundo do problema da tolerância é que o brado a favor da tolerância pode esconder uma certa sinalização de virtude que acalma a consciência de quem grita a favor da tolerância, mesmo se tal grito for virulento e for, em si mesmo, uma espécie de intolerância.
O exemplo mais evidente é o movimento ANTIFA: ao se auto-determinar "anti-fascista", o movimento já coloca todo indivíduo que não seja do movimento como seu contrário, ou seja, fascista. Este é um método antigo não apenas de sinalização de virtude, mas de monopolizar a virtude: busca-se afirmar com tanta força que se é "do bem" que se acaba, por má-fé ou ignorância, fazendo-se o mal (violência física e verbal) em nome de um "bem" que só é bom para fins marqueteiros.
Antes dos ditames do politicamente correto tomarem conta de boa parte da moral pública, ninguém precisava se auto-etiquetar anti-fascista pois o senso comum era, por si mesmo, contra quaisquer tipos de fascismo.
A existência de tais grupos, financiados por empresários bilionários que possuem seus próprios interesses, é um sinal claro de como a "tolerância" é usada de forma histérica e paranoica para fins ideológicos, politiqueiros e eleitorais, conforme convém.
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