Diversidade cultural angolana
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Resposta: Angola, como a grande maioria dos países independentes da África é um estado multi e transcultural. Isto quer dizer que abriga em seu território diversas culturas, com línguas, costumes e origens diferentes, que muitas vezes extrapolam as fronteiras políticas estabelecidas pelos europeus no século XIX. País socialista desde sua independência até o início dos anos 90, e assolado por décadas de guerra de independência e civil, Angola hoje vive um período de prosperidade trazido pela exploração do petróleo.
O perfeito exemplo disso são os extremos norte e sul. A norte, temos Cabinda, hoje um enclave de Angola entre o Congo-Kinshasa e o Congo-Brazzaville, e antigamente conhecida como Congo Português. Sua população é da etnia Kongo, que utiliza uma língua do mesmo nome. Os Kongo estão presentes ainda na região litoral dos dois Congos e nas províncias angolanas de Uíge e Zaire. Cabinda, por ter uma história em parte diferente da de Angola (foi ocupada pelos portugueses só em 1885, enquanto que o litoral de Angola já era colonizado desde o século XVII), convive com um movimento separatista, o FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda), que luta desde os anos 60 pela independência.
No sul de Angola, em diversos bolsões estão os povos khoisan (ou coissã), que formam um grupo à parte dos povos bantu e do restante dos povos africanos. Seu nome é a junção do nome de dois grupos, os Khoi e os San, conhecidos também como bosquímanos ou hotentotes. Acredita-se que os khoisan sejam descendentes dos povos nômades que habitavam a África há milhares de anos atrás, e foram deslocados com a ocupação bantu. As línguas khoisan são únicas, conhecidas como "línguas do clique", caracterizada por diversos sons inexistentes em outros idiomas, e que tem o som característico de um clique. O filme "Os Deuses devem estar loucos" tem como protagonistas integrantes desse grupo étnico.
Além do português, língua oficial do estado, Angola possui outros 42 idiomas regionais. O país é uma exceção dentro do continente africano, pois a língua europeia vem conquistando cada vez mais espaço no meio cotidiano em detrimento das línguas nacionais, o oposto do que ocorre no restante do continente.
Na literatura, o nome de Agostinho Neto é tradicionalmente citado como exemplo, mas Angola produziu outros importantes escritores, entre eles Pepetela, Luandino Vieira e Viriato da Cruz. A União dos Escritores Angolanos foi um importante grupo entre os anos 70 e 80, ajudando vários autores novos a editarem seus livros.
A música angolana foi importante na composição de vários ritmos em Cuba e no sudeste do Brasil. Dentro do continente africano, porém, demorou a ser editada em discos, destacando-se os artistas dos anos 60 e 70, que desenvolveram o semba, a rumba congolesa e o merengue angolano, utilizando guitarras elétricas e uma percussão intensa.
Na religião, a santeria cubana e a macumba brasileira são em boa parte baseados nas crenças tradicionais religiosas de povos angolanos.
Explicação:
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