Filosofia, perguntado por leticiamaria110, 11 meses atrás

Discuta: "A experiência estética tem por finalidade o desvelamento constituinte da obra de arte".

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Respondido por robertthsouza51
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A arte é uma série de objetos que provocam emoções poéticas.

(Le Corbusier)

fenomelogica

1. Conceituação: no uso vulgar, em artes, em filosofia

Fazendo um levantamento do uso comum da palavra estética encontramos: Instituto de Estética e Cosmetologia,

estética corporal, estética facial etc. Essas

expressões dizem respeito à beleza física e abrangem desde um bom corte de cabelo e maquilagem bemfeita a cuidados

mais intensos como ginástica, tratamentos à base

de cremes, massagens, chegando, às vezes, à cirurgia plástica. Encontramos ainda expressões como: senso estéti co. arranjo

de flores estético ou decoração estética.

Nelas também está presente a relação com a beleza ou, pelo menos, com o agradável; mas aqui a palavra estética é usada

como adjetivo, isto é, como qualidade.

Se continuarmos a procurar, saindo agora do uso comum e entrando no campo das artes, encontraremos expressões

como: estética renascentista, estética realista,

estética socialista etc. Nesses casos, a palavra estética, usada como substantivo, designa um conjunto de características

formais que a arte assume em determinado

período e que poderia, também, ser chamado de estilo.

Resta, ainda, outro significado, mais específico, usado no campo da filosofia. Sob o nome estética enquadramos um

ramo da

filosofia que estuda racionalmente o b elo e o sentimento que suscita nos homens.

Assim, tradicionalmente, mesmo em filosofia, a estética aparece ligada à noção de beleza. E é exatamente por causa

dessa ligação que a arte vai ocupar um

lugar privilegiado na reflexão estética, pois, dur ante muito tempo, ela foi considerada como tendo por função primordial

exprimir a beleza de modo sensível.

2. Etimologia da palavra estética

Etimologicamente, a palavra estética vem do grego aisthesis, com o significado de "faculdade de sentir",

"compreensão pelos

sentidos", "percepção totalizante".

A ligação da estética com a arte é ainda mais estreita se se considera que o objeto artístico é aquele que se oferece ao

sentimento e à percepção. Por isso podemos

compreender que, enquanto di sciplina filosófica, a estética tenha também se voltado para as teorias da criação e percepção

artísticas.

*

Dicionnaire de la philosophie, Paris, Larousse, 1982, p. 91.

3. O belo e o feio: a questão do gosto

O que é a beleza? Será possíve l definila objetivamente ou será uma noção

eminentemente subjetiva, isto é, que depende de cada um?

De Platão ao classicismo, os filósofos tentaram fundamentar a objetividade da arte e da beleza. Para Platão, a beleza é

a única idéia que resplandece no

mundo. Se, por um lado, ele reconhece o caráter sensível do belo, por outro continua a afirmar a sua essência ideal,

objetiva. Somos, assim, obrigados a admitir

a existência do "belo em si" independente das obras individuais que, na medida do possív el, devem se aproximar desse ideal

universal.

O classicismo vai ainda mais longe, pois deduz regras para o fazer artístico a partir desse belo ideal, fundando a

estética normativa. É o objeto que passa

a ter qualidades que o tornam mais ou menos a gradável, independente do sujeito que as percebe.

Do outro lado da polêmica, temos os filósofos empiristas, como David Hume, que relativizam a beleza ao gosto de

cada um. Aquilo que depende do gosto e da

opinião pessoal não pode ser discutido racio nalmente, donde o ditado: "Gosto não se discute". O belo, portanto, não está

mais no objeto, mas nas condições de recepção

do sujeito (ver os conceitos de subjetivo e objetivo no Vocabulário).

Kant, numa tentativa de superação dessa dualidade obje tividade-subjetividade, afirma que o belo é "aquilo que agrada

universalmente, ainda que não se possa

justificá-lo intelectualmente". Para ele, o objeto belo é uma ocasião de prazer, cuja causa reside no sujeito. O princípio

dojuízo estético, portanto, é o sentimento

do sujeito e não o conceito do objeto. No entanto, há a possibilidade de universalização desse juízo subjetivo porque as

condições subjetivas da faculdade de julgar

são as mesmas em todos os homens. Belo, portanto, é uma qualidade que atribu ímos aos objetos para exprimir um certo

estado da nossa subjetividade. Sendo assim, não

há uma idéia de belo nem pode haver regras para produzilo. Há objetos belos, modelos exemplares e inimitáveis (ver o item

Criticismo Kantiano na Terceira Parte do

Capítulo 10).

Hegel, em seguida, introduz o conceito de história. A beleza muda de face e de aspecto através dos tempos. Essa

mudança (devir),

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