Discuta: "A experiência estética tem por finalidade o desvelamento constituinte da obra de arte".
Soluções para a tarefa
A arte é uma série de objetos que provocam emoções poéticas.
(Le Corbusier)
fenomelogica
1. Conceituação: no uso vulgar, em artes, em filosofia
Fazendo um levantamento do uso comum da palavra estética encontramos: Instituto de Estética e Cosmetologia,
estética corporal, estética facial etc. Essas
expressões dizem respeito à beleza física e abrangem desde um bom corte de cabelo e maquilagem bemfeita a cuidados
mais intensos como ginástica, tratamentos à base
de cremes, massagens, chegando, às vezes, à cirurgia plástica. Encontramos ainda expressões como: senso estéti co. arranjo
de flores estético ou decoração estética.
Nelas também está presente a relação com a beleza ou, pelo menos, com o agradável; mas aqui a palavra estética é usada
como adjetivo, isto é, como qualidade.
Se continuarmos a procurar, saindo agora do uso comum e entrando no campo das artes, encontraremos expressões
como: estética renascentista, estética realista,
estética socialista etc. Nesses casos, a palavra estética, usada como substantivo, designa um conjunto de características
formais que a arte assume em determinado
período e que poderia, também, ser chamado de estilo.
Resta, ainda, outro significado, mais específico, usado no campo da filosofia. Sob o nome estética enquadramos um
ramo da
filosofia que estuda racionalmente o b elo e o sentimento que suscita nos homens.
Assim, tradicionalmente, mesmo em filosofia, a estética aparece ligada à noção de beleza. E é exatamente por causa
dessa ligação que a arte vai ocupar um
lugar privilegiado na reflexão estética, pois, dur ante muito tempo, ela foi considerada como tendo por função primordial
exprimir a beleza de modo sensível.
2. Etimologia da palavra estética
Etimologicamente, a palavra estética vem do grego aisthesis, com o significado de "faculdade de sentir",
"compreensão pelos
sentidos", "percepção totalizante".
A ligação da estética com a arte é ainda mais estreita se se considera que o objeto artístico é aquele que se oferece ao
sentimento e à percepção. Por isso podemos
compreender que, enquanto di sciplina filosófica, a estética tenha também se voltado para as teorias da criação e percepção
artísticas.
*
Dicionnaire de la philosophie, Paris, Larousse, 1982, p. 91.
3. O belo e o feio: a questão do gosto
O que é a beleza? Será possíve l definila objetivamente ou será uma noção
eminentemente subjetiva, isto é, que depende de cada um?
De Platão ao classicismo, os filósofos tentaram fundamentar a objetividade da arte e da beleza. Para Platão, a beleza é
a única idéia que resplandece no
mundo. Se, por um lado, ele reconhece o caráter sensível do belo, por outro continua a afirmar a sua essência ideal,
objetiva. Somos, assim, obrigados a admitir
a existência do "belo em si" independente das obras individuais que, na medida do possív el, devem se aproximar desse ideal
universal.
O classicismo vai ainda mais longe, pois deduz regras para o fazer artístico a partir desse belo ideal, fundando a
estética normativa. É o objeto que passa
a ter qualidades que o tornam mais ou menos a gradável, independente do sujeito que as percebe.
Do outro lado da polêmica, temos os filósofos empiristas, como David Hume, que relativizam a beleza ao gosto de
cada um. Aquilo que depende do gosto e da
opinião pessoal não pode ser discutido racio nalmente, donde o ditado: "Gosto não se discute". O belo, portanto, não está
mais no objeto, mas nas condições de recepção
do sujeito (ver os conceitos de subjetivo e objetivo no Vocabulário).
Kant, numa tentativa de superação dessa dualidade obje tividade-subjetividade, afirma que o belo é "aquilo que agrada
universalmente, ainda que não se possa
justificá-lo intelectualmente". Para ele, o objeto belo é uma ocasião de prazer, cuja causa reside no sujeito. O princípio
dojuízo estético, portanto, é o sentimento
do sujeito e não o conceito do objeto. No entanto, há a possibilidade de universalização desse juízo subjetivo porque as
condições subjetivas da faculdade de julgar
são as mesmas em todos os homens. Belo, portanto, é uma qualidade que atribu ímos aos objetos para exprimir um certo
estado da nossa subjetividade. Sendo assim, não
há uma idéia de belo nem pode haver regras para produzilo. Há objetos belos, modelos exemplares e inimitáveis (ver o item
Criticismo Kantiano na Terceira Parte do
Capítulo 10).
Hegel, em seguida, introduz o conceito de história. A beleza muda de face e de aspecto através dos tempos. Essa
mudança (devir),