diferença entre crítica literaria e teoria da literatura passei direto
Soluções para a tarefa
subrepticiamente, introduzir a expressão «teoria crítica» sem que, no entanto, se altere o contexto do discurso ou o plano conceptual em que este se desenvolve. Noutras versões, encontramos várias pessoas a referirem-se (pelo menos aparentemente) à mesma realidade através de nomes diferentes. Por exemplo, numa entrevista concedida a uma publicação literária, e relacionando a sua actividade teórica com a sua actividade de escritor, Malcolm Bradbury afirmava o seguinte: «Tenho vindo a desapaixonar-me cada vez mais com o estudo da teoria crítica contemporânea» (M. Bradbury, 1993: 40; sublinhados meus). Logo a seguir, no entanto, encontramos um dos seus três entrevistadores a dizer o seguinte: «É de opinião que a teoria literária e a criação autêntica estão a fazer a mesma coisa de maneiras diferentes?» (loc. cit.; sublinhados meus).
Aparentemente ambas as expressões parecem apontar para um mesmo objecto literário. No entanto, são muito diferentes os seus enquadramentos epistemológicos, assim como os contratos intelectuais em que se apoiam. A noção de teoria literária* já foi estudada noutro lugar. Aqui importa situar a especificidade da noção de teoria crítica, explicitar as derivas da próprLia expressão e, finalmente, comparar a legitimidade da teoria crítica actual com a da teoria literária.
1. A teoria crítica enquanto “teoria da crítica literária”
No universo anglo-americano dos estudos literários, a expressão “teoria crítica” não é nova. Desde I.A.Richards (Principles of Literary Criticism, 1926) até M. H. Abrams (The Mirror and the Lamp, 1953), a noção de “teoria crítica” existiu como sinónimo de “teoria da crítica literária”. A obra de M. H. Abrams tem mesmo um subtítulo esclarecedor e um primeiro capítulo ainda mais esclarecedor. O subtítulo é o seguinte: “A Teoria Romântica e a Tradição Crítica”, e o primeiro capítulo intitula-se “A Orientação das Teorias Críticas”. Estas, segundo Abrams, são fundamentalmente quatro: mimética (orientada para a natureza, o mundo ou o universo), pragmática (orientada para o leitor ou o público), expressiva (orientada para o autor autor ou o artista) e objectiva (orientada para a obra).