História, perguntado por jamilysantosca, 7 meses atrás

Desvantagens da abolição dos escravos. ME AJUDEMMMMMM PFVR​

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Respondido por jesushanna
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Resposta

Vantagens de imigrantes e desvantagens de negros: emprego, propriedade, estrutura familiar e alfabetização depois da abolição no oeste paulista.

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Existe certo consenso na literatura sobre o período pós-abolição no Estado de São Paulo de que os negros, sobretudo os libertos, foram afastados das atividades produtivas centrais pela competição dos imigrantes. Estes teriam monopolizado os contratos de colonato nas fazendas de café, que forneciam algumas oportunidades para acumular dinheiro e adquirir terras ou propriedades urbanas, e também teriam monopolizado os ofícios artesanais, deixando aos negros os empregos precários, mal remunerados e desprestigiados, tais como o serviço doméstico, o comércio ambulante e os serviços auxiliares nas fazendas de café, como o desmatamento ou o conserto de cercas e estradas. Nas suas explicações pelas vantagens dos imigrantes, os autores recentes geralmente se contrapõem aos argumentos mais antigos de Florestan Fernandes (1978) e outros (cf. Beiguelman, 1978:114-115; Costa, 1999:341; Durhan, 1966:28-29), que afirmam que os libertos eram mal preparados para competir com imigrantes porque a violência e a desumanização da escravidão haviam lhes deixado anômicos, sem laços familiares e comunitários fortes, sem disciplina interna e com uma tendência de identificar a liberdade com a ausência do trabalho. A literatura atual enfatiza mais a discriminação e exclusão dos libertos e outros negros. Devido aos estereótipos racistas da época, que retratavam os negros como vagabundos, traiçoeiros e alcoólatras, e os imigrantes europeus como laboriosos e sóbrios, os fazendeiros e outros empregadores, segundo estes autores, quase sempre preferiam os imigrantes aos negros (Dean, 1976:172-173; Hasenbalg, 1979:165-167; Holloway, 1980:63; Maciel, 1997; Santos, 1998; Wissenbach, 1998). George Reid Andrews (1991:81-85) apresenta uma versão mais elaborada deste argumento, afirmando que, além do evidente racismo dos fazendeiros, os imigrantes monopolizaram o colonato porque aceitavam o trabalho familiar, enquanto os negros rejeitavam o trabalho de mulheres e crianças nos cafezais, que lhes lembrava alguns dos piores aspectos da escravidão.

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