Saúde, perguntado por fiamaallmeidasant, 4 meses atrás

Deste modo, você, enfermeiro especialista em saúde da família, saberia determinar as variáveis respiratórias em uma gestante, em um idoso, em um neonato e em uma criança? Quais as diferenças semiológicas a serem consideradas?

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Respondido por joseliana30
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Resposta:

Na gestante, as alterações do funcionamento do sistema respiratório se iniciam com aumento da congestão nasal, epistaxe e alterações na voz, devido ao edema de mucosas pela vasodilatação e ao aumento do volume sanguíneo. Posteriormente, observam-se mudanças importantes no formato da caixa torácica e no diafragma: o ângulo subcostal aumenta, resultando em uma expansão da circunferência torácica de 5 a 7 cm. O diafragma se eleva aproximadamente 4 cm, e sua excursão fica aumentada em cerca de 2 cm. A complacência da parede torácica diminui, aumentando o trabalho respiratório, levando à hiperventilação, à dispneia e à alcalose respiratória compensada. O consumo de oxigênio aumenta cerca de 20%, devido ao aumento do trabalho cardiorrespiratório e à presença do feto. Em alguns casos, a gestante pode ter tensão ou fratura das costelas, devido à expansão da caixa torácica.

Nos neonatos, os escores de Apgar são realizados de 1 a 5 minutos após o nascimento para determinar o estado e a necessidade de saúde. No componente de Apgar, a enfermeira avalia as ventilações, usando uma escala progressiva, que vai desde ausente até acompanhada de choro forte.

As primeiras ventilações implicam em grande esforço, conforme as vias respiratórias e os alvéolos estão insulflando. Os sedativos administrados na mãe durante o trabalho de parto (especialmente na cesárea), o suprimento sanguíneo comprometido do recém-nascido, ou vias respiratórias obstruídas por muco podem deprimir a ventilação dele. Além disso, quanto mais prematuro ele for, mais irregular pode ser a respiração, devido à ausência de um sistema nervoso bem desenvolvido.

Os recém-nascidos respiram pelo nariz e a dilatação nasal é comum, porque seus narizes com frequência estão congestionados, fato que justifica a aspiração das vias logo após o nascimento.

A palpação não é útil em recém-nascidos, pois as mãos adultas são muito grandes para o pequeno tórax. A ausculta pelo diafragma pediátrico do estetoscópio é o adequado para avaliação do tórax, associado com a inspeção, pois alterações como crepitações em torno da clavícula indicam pneumotórax, presença de tosse indicam maior esforço respiratório, levando normalmente à apneia.

Na ausculta pulmonar, a identificação de estertores é comum, em virtude das pequenas quantidades de líquidos que permanecem nos pulmões. Se os sons pulmonares adventícios forem assimétricos, pode ter ocorrido aspiração de mecônio. No caso de ruídos gastrointestinais no tórax, existe a grande possibilidade de hérnia diafragmática.

Aos 6 e 7 anos de idade, as crianças começam a respirar utilizando os músculos intercostais. O formato redondo do tórax que persiste após 5 a 6 anos indica doença pulmonar.

O exame físico da criança utiliza alguma estratégia para ganhar a confiança dela, a fim de que colabore com o exame. Dados sobre a história da criança devem ser coletadas na presença do familiar, pois contempla informações como doenças prévias, vacinação, prematuridade, tipo de alimentação e antecedentes familiares.

Deve-se realizar a medida da circunferência torácica, pois nos primeiros 2 anos de vida a medida deve ser menor do que o perímetro encefálico. Durante a infância, o formato do tórax caracteriza-se como redondo e, à medida que a criança vai crescendo, o perímetro transverso adquire maior extensão. A profundidade da inspiração é menor e a frequência respiratória da criança varia conforme a idade.

A interpretação dos dados subjetivos do idoso, normalmente estão associados a patologias manifestadas durante a vida. O tórax pode apresentar formato de barril, em virtude da perda da elasticidade das fibras musculares e do diafragma. Os alvéolos também podem ficar mais fibrosos, o que gera diminuição da capacidade vital e aumento do grau de dispneia. As mucosas ficam mais secas, pois há retenção de muco, aumentando a chance do desenvolvimento de infecções.

A imobilidade ou a redução da atividade física podem levar a colapso das vias aéreas respiratórias (atelectasia), troca de ar reduzida, hipóxia, hipercapnia e acidose. O ruído adventício auscultado é constituído por sons graves, de baixa frequência e traduzem obstrução de brônquios de grande e médio calibre, os quais são denominados roncos.

Na atelectasia e na obstrução brônquica, os sons são reduzidos ou interrompidos em determinada área, como demonstrado na imagem a seguir.

Na pneumonia e na pleurite, o ruídos adventícios são normalmente identificados como atrito pleural, pois é um som produzido pelo atrito das pleuras inflamadas. O som é áspero, geralmente auscultado em somente uma pequena área da parede torácica. Em alguns casos, pode-se auscultar crepitações, que são ruídos descontínuos explosivos e agudos que traduzem comprometimento do parênquima pulmonar.

Os reflexos do vômito e da tosse reduzidos no idoso elevam o risco de aspiração de secreções, que conduzem à pneumonia por aspiração.

Explicação:

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