destaque algumas diferencas entre as fotografias
Soluções para a tarefa
Resposta:
Ao longo da década de 1990, a produção historiográfica sobre a imagem, notadamente a fotografia, ampliou-se de forma significativa2 coordenando a problemática dos saberes de ordem técnica aos seus usos sociais. Tal movimento aliou-se a um investimento transdisciplinar que visou a superar os limites da análise histórica do gênero iconográfico, buscando em diferentes disciplinas das Ciências Sociais uma inspiração metodológica renovadora.
O presente artigo procura articular a discussão teórico-metodológica mais ampla, sobre visualidade e história, a uma análise mais apurada da linguagem fotográfica, relativa à modalidade de registro visual produzido pela mídia impressa. A escolha da série recaiu sobre as imagens fotográficas veiculadas em duas revistas ilustradas de críticas de costumes que circulavam na cidade do Rio de Janeiro, quando capital federal, durante mais de 50 anos, são elas: Careta e O Cruzeiro. Tais fotografias compunham o circuito social da fotografia no Novecentos, conjuntamente com aquelas concernentes ao espaço doméstico e íntimo das frações da classe dominante, no seu processo de aburguesamento. Conjuga-se assim, a educação do olhar, promovida pela ampla circulação de determinados tipos de fotografias, à consolidação dos códigos de comportamento e representações sociais que passavam a regular as relações no processo de produção de sentido social hegemônico.
Como forma de sistematizar adequadamente tal proposta, dividi o artigo em duas partes: uma primeira voltada para a exposição dos quadros de análise histórico-semiótica de séries fotográficas (sem aprofundar na problemática ontológica da imagem fotográfica); e uma segunda, cujo objetivo, nos limites deste artigo, é o de aplicar tal análise a uma série específica de imagens composta pelas fotografias das Ilustradas.
Primeira parte
Desde as últimas décadas do século XIX a percepção visual do mundo foi marcada pela utilização de dispositivos técnicos para a produção das imagens. A demanda social de imagens foi se ampliando ao longo do século XX a ponto de podermos contar a sua história por meio das imagens técnicas, notadamente, a fotografia. Sendo assim, as imagens técnicas em sua dimensão de documentos e monumentos da história contemporânea devem ser trabalhadas a partir da ampliação da noção de testemunho, à maneira de Bloch.
Tal procedimento engendra alguns desdobramentos teórico-metodológicos, dentre os quais realçamos os processos de produção de sentido na sociedade contemporânea, com destaque para o papel desempenhado pela tecnologia; a definição do circuito social da produção de imagens técnicas, enfatizando a historicidade dos regimes visuais; o papel dos sujeitos sociais como mediadores da produção cultural, compreendendo que a relação entre produtores e receptores de imagens se traduz numa negociação de sentidos e significados; e a capacidade narrativa das imagens técnicas, discutindo-se aí a dimensão temporal das imagens, os elementos definidores de uma linguagem eminentemente visual e por fim o diálogo estabelecido entre imagens técnicas e outros textos, tanto de caráter verbal como não-verbal, a partir do princípio de intertextualidade.
Explicação: