desreva o papel dos escravos na sociedade grega
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A ESCRAVATURA É sobejamente conhecido o carácter profundamente esclavagista da sociedade romana. Os escravos eram essenciais na Roma Antiga, uma vez que constituíam a esmagadora maioria da mão de obra, desde as minas ao pessoal doméstico.
Com as conquistas dos séculos II e I a.C., centenas de milhares de pessoas foram reduzidas à escravidão, em toda a bacia mediterrânica. Milhares de púnicos, númidas, gregos, sírios, judeus, egípcios, gauleses e espanhóis eram vendidos diariamente nos grandes mercados de escravos de Marselha, Óstia, Roma, Alexandria, Delos, Rodes, Atenas, etc. Alguns eram prisioneiros de guerra, outros eram viajantes ou camponeses que tiveram o azar de ser raptados por piratas ou traficantes de escravos, ao passo que outros se vendiam voluntariamente para pagar dívidas ou para escapar à miséria da terra natal. Os gregos instruídos compunham a maior parte destes que se vendiam voluntariamente, na esperança de serem comprados por um rico romano que os empregasse como secretários, feitores ou tutores dos filhos. Passados alguns anos, era costume o domine (senhor) conceder a liberdade a estes escravos domésticos, que então se tornavam cidadãos, embora na condição de libertos e clientes do antigo senhor. Grande parte da população da Roma Imperial era composta por libertos (que por obrigação legal usavam um barrete vermelho como sinal da sua condição), ou seus descendentes. No entanto, e não obstante a extrema riqueza e poder de alguns destes libertos, a mancha da escravatura não se desvanecia até à terceira ou quarta geração; por exemplo, Suetónio conta-nos que Augusto se recusava a comer à mesa de um liberto.
Não obstante tais factos, os libertos desempenharam um importante papel na história romana. Alguns chegaram mesmo a concentrar em suas mãos a governação do Estado, como Narciso e Pálas, libertos do imperador Cláudio.
Regra geral, os escravos do campo viviam em condições muito piores que os da cidade. Fechados como gado, em grandes barracões sem as mínimas condições (os "ergulastum"), trabalhavam nas enormes plantações pertencentes a senadores ou cavaleiros romanos. Alguns destes domínios chegavam a ter mais de 10.000 escravos; um “modesto” senador como Plínio, O Velho (que morreu quando estudava a erupção do Vesúvio, em 79 d.C.), tinha mais de mil escravos nos seus domínios.
As grandes famílias de Roma – a começar pelas casas reinantes – tinham domínios espalhados por todo o Império, na Grécia, na Hispânia, na Ásia Menor, no Egipto, etc. Em 410, o fatídico ano do saque de Roma pelos Visigodos, estas famílias eram ainda mais ricas que no tempo de Augusto, possuindo terras, palácios e escravos disseminados por todo o império. Por ironia, os Visigodos de Alarico capturaram grande parte desses nobres romanos, vendendo-os como escravos a mercadores sírios e gregos. E como o governo imperial tinha receio que a proibição da sua venda ditasse a sua morte (se não os pudessem vender ou pedir um resgate monetário às respectivas famílias, os Visigodos desembaraçar-se-iam rapidamente dos cativos, chacinando-os), autorizou que cidadãos romanos fossem vendidos como escravos e que nessa condição permanecessem, por um determinado número de anos... a conquistadora do mundo, que subjugara e escravizara milhões de pessoas, via agora a nata das suas famílias cair na ignomínia da escravidão.
Os escravos das minas e das galés, eram, sem dúvida alguma, os que tinham pior sorte. Geralmente eram criminosos condenados por crimes de sangue, mas, por vezes, eram simples escravos comprados para o efeito. Nas profundezas das insalubres minas do Baixo Egipto, ou nos porões dos trirremes imperiais, estes escravos levavam uma existência verdadeiramente sub-humana. Geralmente, não duravam mais de três ou quatro anos em tais condições.
O imperador Adriano, um príncipe esclarecido e bem intencionado, que reinou no século de ouro do império, legislou no sentido de impedir os maus tratos aos escravos. Mas foi dos poucos governantes com essa preocupação; regra geral, quer os que o precederam, quer os que lhe sucederam, não partilhavam desta sua opinião. O célebre Catão, O Censor (séc. II a.C.), era da opinião que um escravo inútil (por doença ou limite de idade), devia ser vendido. Tal como muitos naquela época, o velho camponês de Tusculum dizia também que os escravos eram "instrumentos vocais", ou seja, que o que os distinguia dos animais e das alfaias agrícolas era a faculdade de falarem. De resto, a sua existência não tinha qualquer valor.
Com o fim de Império, a escravatura permaneceu na Europa e no Mediterrâneo, e daqui transportada para a América e África, até eras bem recentes. Ainda hoje existem escravos em certas regiões africanas (os traficantes árabes continuam a fazer o que fizeram durante séculos...), não obstante as convenções internacionais do século XIX. Existem ainda milhões de pessoas cuja liberdade foi roubada por indivíduos sem escrúpulos
Com as conquistas dos séculos II e I a.C., centenas de milhares de pessoas foram reduzidas à escravidão, em toda a bacia mediterrânica. Milhares de púnicos, númidas, gregos, sírios, judeus, egípcios, gauleses e espanhóis eram vendidos diariamente nos grandes mercados de escravos de Marselha, Óstia, Roma, Alexandria, Delos, Rodes, Atenas, etc. Alguns eram prisioneiros de guerra, outros eram viajantes ou camponeses que tiveram o azar de ser raptados por piratas ou traficantes de escravos, ao passo que outros se vendiam voluntariamente para pagar dívidas ou para escapar à miséria da terra natal. Os gregos instruídos compunham a maior parte destes que se vendiam voluntariamente, na esperança de serem comprados por um rico romano que os empregasse como secretários, feitores ou tutores dos filhos. Passados alguns anos, era costume o domine (senhor) conceder a liberdade a estes escravos domésticos, que então se tornavam cidadãos, embora na condição de libertos e clientes do antigo senhor. Grande parte da população da Roma Imperial era composta por libertos (que por obrigação legal usavam um barrete vermelho como sinal da sua condição), ou seus descendentes. No entanto, e não obstante a extrema riqueza e poder de alguns destes libertos, a mancha da escravatura não se desvanecia até à terceira ou quarta geração; por exemplo, Suetónio conta-nos que Augusto se recusava a comer à mesa de um liberto.
Não obstante tais factos, os libertos desempenharam um importante papel na história romana. Alguns chegaram mesmo a concentrar em suas mãos a governação do Estado, como Narciso e Pálas, libertos do imperador Cláudio.
Regra geral, os escravos do campo viviam em condições muito piores que os da cidade. Fechados como gado, em grandes barracões sem as mínimas condições (os "ergulastum"), trabalhavam nas enormes plantações pertencentes a senadores ou cavaleiros romanos. Alguns destes domínios chegavam a ter mais de 10.000 escravos; um “modesto” senador como Plínio, O Velho (que morreu quando estudava a erupção do Vesúvio, em 79 d.C.), tinha mais de mil escravos nos seus domínios.
As grandes famílias de Roma – a começar pelas casas reinantes – tinham domínios espalhados por todo o Império, na Grécia, na Hispânia, na Ásia Menor, no Egipto, etc. Em 410, o fatídico ano do saque de Roma pelos Visigodos, estas famílias eram ainda mais ricas que no tempo de Augusto, possuindo terras, palácios e escravos disseminados por todo o império. Por ironia, os Visigodos de Alarico capturaram grande parte desses nobres romanos, vendendo-os como escravos a mercadores sírios e gregos. E como o governo imperial tinha receio que a proibição da sua venda ditasse a sua morte (se não os pudessem vender ou pedir um resgate monetário às respectivas famílias, os Visigodos desembaraçar-se-iam rapidamente dos cativos, chacinando-os), autorizou que cidadãos romanos fossem vendidos como escravos e que nessa condição permanecessem, por um determinado número de anos... a conquistadora do mundo, que subjugara e escravizara milhões de pessoas, via agora a nata das suas famílias cair na ignomínia da escravidão.
Os escravos das minas e das galés, eram, sem dúvida alguma, os que tinham pior sorte. Geralmente eram criminosos condenados por crimes de sangue, mas, por vezes, eram simples escravos comprados para o efeito. Nas profundezas das insalubres minas do Baixo Egipto, ou nos porões dos trirremes imperiais, estes escravos levavam uma existência verdadeiramente sub-humana. Geralmente, não duravam mais de três ou quatro anos em tais condições.
O imperador Adriano, um príncipe esclarecido e bem intencionado, que reinou no século de ouro do império, legislou no sentido de impedir os maus tratos aos escravos. Mas foi dos poucos governantes com essa preocupação; regra geral, quer os que o precederam, quer os que lhe sucederam, não partilhavam desta sua opinião. O célebre Catão, O Censor (séc. II a.C.), era da opinião que um escravo inútil (por doença ou limite de idade), devia ser vendido. Tal como muitos naquela época, o velho camponês de Tusculum dizia também que os escravos eram "instrumentos vocais", ou seja, que o que os distinguia dos animais e das alfaias agrícolas era a faculdade de falarem. De resto, a sua existência não tinha qualquer valor.
Com o fim de Império, a escravatura permaneceu na Europa e no Mediterrâneo, e daqui transportada para a América e África, até eras bem recentes. Ainda hoje existem escravos em certas regiões africanas (os traficantes árabes continuam a fazer o que fizeram durante séculos...), não obstante as convenções internacionais do século XIX. Existem ainda milhões de pessoas cuja liberdade foi roubada por indivíduos sem escrúpulos
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