DESDE O FIM DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, QUANTOS CONFLITOS FORAM REGISTRADOS NA AMÉRICA LATINA ? *
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Resposta:
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, começaram a aparecer as divergências entre as potências vencedoras em razão das diferentes visões de mundo e dos diferentes projetos políticos. No mundo ocidental, prevaleceu o modelo da economia de mercado e do sistema democrático de direito. Na Europa Oriental e em grande parte da Ásia, prevaleceu a economia estatal planificada, regida pelo sistema comunista.
Houve, portanto, paulatinamente, um delineamento geopolítico entre uma zona de influência encabeçada pelos Estados Unidos, que abrangia a Europa Ocidental, o continente americano e a Oceania, e uma zona de influência soviética, que se assenhorava da Europa Oriental e de quase toda a Ásia. No começo dos anos 1950, essas divergências passaram a ficar explícitas e temerosas com o estouro da Guerra das Coreias – em que havia um núcleo apoiado pelos soviéticos (o norte-coreano) e outro apoiado pelos ocidentais (o lado Sul da Coreia). Essa atmosfera de rivalidade entre superpotências ficou conhecida como Guerra Fria, que durou até o fim dos anos 1980.
Conflitos na Ásia e no Oriente Médio
Além da Guerra da Coreia, outras guerras que estouraram na Ásia, como a Guerra do Vietnã, tiveram suas fontes nessas divergências ideológicas entre ocidentais e soviéticos. Além desses conflitos setoriais com motivações político-ideológicas, outros também tiveram destaque nos primeiros anos da Guerra Fria. Foi o caso dos Conflitos Árabe-Israelenses, que tinham motivação político-religiosa.
Esses conflitos começaram após o reconhecimento do Estado de Israel, pela ONU, em 1948. Países de orientação muçulmana, como Egito, Transjordânia, Iraque, Síria e Líbano, não reconheceram a legitimidade da existência do Estado de Israel e entraram em guerra contra esse país. Muitos outros conflitos ocorreram, no período da Guerra Fria, na região do Oriente Médio envolvendo o Estado israelense, como a chamada Guerra do Yom Kippur, ocorrida em outubro de 1973. Muitos outros ocorreram entre os próprios muçulmanos, como a Guerra Irã-Iraque.
Avião B-52 lançando bombas durante a Guerra do Vietnã
Avião B-52 lançando bombas durante a Guerra do Vietnã
No continente africano, nesse mesmo período de Guerra Fria, houve as guerras pela descolonização. Muitos países que ainda eram colônias de potências europeias passaram a reivindicar sua independência, como a Argélia, que era colônia da França. Já no mundo ocidental, os conflitos não tiveram a intensidade vivida nas regiões descritas acima, mas consistiram, grosso modo, em golpes de Estado, sobretudo na América Latina.
Esses golpes de Estado, ao contrário do que muitos pensam, eram menos coordenados pelo “imperialismo dos EUA” do que empreendidos por instituições civis-militares altamente nacionalistas e anticomunistas. As justificativas para esses golpes (como o que houve no Brasil em 1964) tiveram, em suma, o argumento de refrear as possíveis revoluções comunistas que poderiam entrar em curso, estimuladas e fomentadas pelos cubanos (que haviam feito a sua revolução em 1959) e pelos soviéticos. Essas tentativas revolucionárias eram coordenadas por focos de guerrilha armada urbana e rural. A Guerrilha do Araguaia foi um exemplo de guerrilha rural.
Corrida espacial e corrida armamentista
A despeito de toda essa gama de conflitos regionais descritos acima, a Guerra Fria também se caracterizou por outras formas de “guerra”, além da convencional. A rivalidade estendeu-se para outros domínios, como a guerra por informação, contrainformação e espionagem, protagonizadas pelas agências secretas americana e soviética, CIA e KGB, respectivamente; a “corrida armamentista”, na qual as duas superpotências procuravam desenvolver as melhores tecnologias bélicas e os melhores armamentos, incluindo armas nucleares; e, por fim, a “corrida espacial”, que consistiu na busca acirrada pelo desenvolvimento de tecnologia aeroespacial, como satélites artificiais e espaçonaves, com o objetivo de conquistar o espaço fora da atmosfera terrestre. O período de maior tensão da Guerra Fria ocorreu em outubro de 1962, quando houve a chamada “Crise dos Misseis”, em decorrência da descoberta de uma base para instalações de ogivas nucleares soviéticas em Cuba.
Situação no fim do século
Com o esfacelamento da URSS, em 1991, a Guerra Fria teve, definitivamente, fim. Todavia, em decorrência desse fim, novos conflitos setoriais desencadearam-se nos anos 1990, como as guerras na região dos Bálcãs – a Guerra Civil Iugoslava, por exemplo – e na região do Cáucaso, cujo exemplo mais significativo foi o conflito entre russos e chechenos na Primeira Guerra da Chechênia. Vale destacar também que foi na última década do século XX que houve a Guerra do Golfo contra a presença iraquiana (liderada pelo ditador Saddan Hussein) no Kwait. Essa guerra marcou a tentativa de estabelecimento da hegemonia estadunidense no Oriente Médio.
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