Descreva os principais sinais e sintomas da hemorragia digestiva alta e os cuidados de enfermagem necessários, justificando cada ação. *
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Resposta:
O que é Hemorragia Digestiva?
Sangramento intraluminal originário do trato gastrointestinal (TGI). A hemorragia digestiva (HD) pode ser dividida em alta ou baixa dependendo da região em que ocorre o sangramento.
O marco anatômico para definir se é alta ou baixa é o ligamento de Treitz (região anatômica que determina o fim do duodeno e início do jejuno). A HDA corresponde aos sangramentos que ocorrem antes desse ligamento.
E o que é a Hemorragia Digestiva Alta (HDA)?
A hemorragia digestiva alta (HDA) é uma condição comum com incidência de 48-160 casos por 100 mil habitantes, que ocorre 2x mais em homens, aumenta com a idade e em locais com baixa condição socioeconômica. A HDA é responsável por 1 internação a cada 10.000 adultos por ano e a sua mortalidade varia de 10-14%.
Etiologia da Hemorragia Digestiva Alta HDA
Aproximadamente 80% dos casos não estão associados à hipertensão portal, e estão descritas abaixo as mais prevalentes:
Doença Ulcerosa Péptica
São lesões que ultrapassam a muscular da mucosa e tem diâmetro ≥ 0,5 cm.
A hipercloridia sem o devido tratamento e com a exposição continuada a AINES, estresse e infecção por pylori, são os principais fatores associados a HDA nesses pacientes.
A úlcera pode ser gástrica ou duodenal, sendo que o surgimento da gástrica está mais associado com o uso abusivo de AINES, ao passo que, a duodenal, com a infecção por H. pylori.
Síndrome de Mallory-Weiss
É a laceração da mucosa na junção gastroesofágica associada ao grande esforço para vomitar e por repetidas vezes, ocorrendo sangramento quando envolve o plexo venoso ou arterial esofágico. Ocorre mais em etilista e grávidas.
Outros causas menos frequentes são:
gastrite;
esofagite (relacionada a DRGE que leva a lesão da mucosa esofágica pelo suco gástrico ácido);
Lesão de Dieulafoy (erosão de vaso submucoso aberante gástrico que está relacionado com várias EDAs normais);
neoplasias;
angiodisplasias;
fístula aortoentérica (mais comum após cirurgias de correção de aneurisma abdominal);
hemobilia (sangramento da via biliar que geralmente ocorre após manipulação da via biliar);
e hemosuccus pancreaticus (sangramento pelo ducto pancreático principal).
Sinais e sintomas da Hemorragia Digestiva Alta
História de hematêmese ou melena atuais ou prévias é o principal indício, porém 10% dos casos se manifestam com enterorragia.
Investigar fatores de risco:
Uso de medicamentos, especialmente AINES e anticoagulantes
Etilismo
Dispepsia ou doença ulcerosa péptica
Doença renal e hepática
Diagnóstico ou suspeita de neoplasia no trato gastrointestinal alto.
No exame físico, é importante realizar o toque retal, para pesquisar a presença de melena ou enterorragia, e aspiração com sonda nasogástrica.
Aspirado que apresente sangue ou material em “borra de café” confirma a HDA.
Aspirado limpo não exclui, porque o sangramento pode ter cessado espontaneamente ou pode ser duodenal com o piloro pode estar fechado no momento do procedimento.
Pesquisar a presença de massas intra-abdominais e linfonodo supraclavicular, que sugerem neoplasia, e sinais de hepatopatia, como ascite, icterícia, telangiectasias, eritema palmar, ginecomastia e circulação colateral na parede abdominal.
Como diagnosticar a Hemorragia Digestiva Alta?
A endoscopia digestiva alta (EDA) possui alta sensibilidade, especificidade e baixa morbidade associada. O ideal é que seja realizada dentro das primeiras 24h quando o paciente estiver estável.
Nos paciente com sangramento com melhora espontânea ou ativo que dificultem a visualização a EDA, é recomendado repetir 24h após o sangramento.
A ausência de sangramento não elimina HDA, mas a presença de conteúdo biliar sem sangramento, diz mais a favor de HDB.
A colonoscopia é o método diagnóstico para a HDB, porém sempre devemos descartar uma HDA.
Caso a EDA e a colonoscopia não consigam diagnosticar, dois métodos podem ser utilizados a depender do volume do sangramento:
Hemorragias leves (até 0,1 mL/min): estudo radioisotópico (cintilografia) que mapeia hemácias marcadas com tecnécio.
Hemorragias volumosas (> 0,5 mL/min): arteriografia permite identificar a localização, delinear a lesão e indicar a possível etiologia, principalmente divertículo e angiodisplasias, com possibilidade de tratamento.
ESPERO TER AJUDADO,BONS ESTUDOS.