descreva, em ordem cronológica, as principais diferenças e alterações dos códigos de ética dos assistentes sociais dos anos de 1947, 1965 e 1975.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Conforme Barroco (2012), as reformulações do Código de Ética de 1947, 1965 e 1975, tem como influência e base o pensamento do neotomismo e do positivismo. O Código de Ética de 1947, expressa na sua origem o vínculo do Serviço Social com a Doutrina Social da Igreja, com regras doutrinárias extremas e totalmente inclinado aos dogmas religiosos. Ao analisarmos o Código de 1947, percebemos que esse apresentava apenas os deveres do assistente social, constatamos com isso que o primeiro Código de Ética tinha características rígidas e coercitivas para o profissional de Serviço Social. O primeiro Código de Ética dotava de uma base ideo-política pautada nos princípios éticos religiosos (sobretudo da igreja Católica). Este código apresentava que os indivíduos deviam aceitar sua condição como naturalmente dada. No contexto social da época, era tratada como crime e o ser humano era o responsável pela sua condição socioeconômica, seja ela qual fosse. Dados os problemas sociais, a intervenção do assistente social seguia a direção social da Igreja: “recristianizar os sujeitos e readaptá-los à sociedade” (CARVALHO NETO, 2013, p. 89). Neste momento o sujeito usuario do Serviço Social era tratado e recebia a denominação de beneficiário. Com a inserção do serviço social em diversos espaços socioassistenciais, um novo desenho da profissão começava a se desenhar, mas ainda com uma grande dose assistencialista. O Código de Ética de 1965 apresenta pinceladas de renovação profissional, em um momento de modernização conservadora incorporando princípios do pluralismo, da democracia e da justiça, em uma forma de pensar liberal. O Código de 1965 apresenta mudanças, contudo ainda apresenta sinais tradicionalistas e conservadores, como no Código anterior, de 1947. O viés religioso ainda se faz presente neste Código. O Serviço Social começa a assumir um novo posicionamento, uma nova postura, mais crítica, levando assim ao que chamamos na profissão de processo de renovação, perspectiva modernizadora (NETTO, 2005). Aparece nesse Código, pela primeira vez, o reconhecimento pela diversidade: “Um Código de Ética se destina a profissionais de diferentes credos e princípios filosóficos, devendo ser aplicável a todos” (CFAS, 1965). Diferente do Código de Ética de 1947, o sujeito usuario do Serviço Social era tratado e recebia a denominação de Cliente. Mesmo estando em meio ao início da Ditadura Civil-Militar no Brasil, o Código
de Ética de 1965 apresenta, em seus deveres fundamentais, que a ação do assistente social deve se dar a partir dos princípios democráticos. Isso também evidencia o gradativo afastamento de uma ação pautada e decorrente do compromisso religioso (explícito no Código de 1947), porém não rompe totalmente com a visão tradicional, sendo reforçado que o profissional deveria zelar pelo perfil ético, sendo a moral um alicerce da ação profissional.
A reformulação do Código de Ética de 1975, se deu em um contexto de movimentos sociais e lutas entre projetos profissionais elaborados em congressos de Serviço Social. Sofreu alteração e inclusão referente ao personalismo, com acentuação da herança conservadora do Serviço Social. Extinguiu referências de democracia liberal mencionados no Código anterior. O contexto histórico que se promulga esse código era marcado por embates políticos e ideológicos, que para a profissão expressou o momento de levar adiante uma tentativa de romper com as amarras postas por um Estado ditador, que ao final da década de 1970 encontrava-se em crise, e de uma camada profissional que buscava reviver os conceitos tradicionalistas que estiveram (e ainda estão) no cerne da profissão (CARVALHO NETO, 2013, p.97). Ainda de acordo com Barroco (2006), os códigos de ética se apresentam também como produto histórico, e o código de 1975 já não expressava mais a tendência modernizadora que se evidenciou no código de 1965.
Explicação:
Pesquisa feita no livro unicesumar etica profissional e em artigos de internet