DESAFIO: António Dias de Figueiredo, professor português, pesquisador das TICs, em uma entrevista para um site educacional, afirmou o seguinte: Ora a maioria dos projetos pedagógicos e de investigação atuais e dos últimos trinta anos na área da educação com TIC continua a denunciar, nos seus próprios títulos, uma estreita visão instrumental. [...] Enquanto as experiências pedagógicas ditas inovadoras se centrarem na exploração pedagógica, mais ou menos instrumental , de computadores, tablets, celulares, linguagens de programação, robôs, plataformas on-line ou redes sociais, e não em uma educação mais alargada, mais sustentável, mais transformadora, mais cidadã, que apele às tecnologias na justa medida em que elas fazem parte do mundo de hoje, mas não mais do que isso, as TIC na educação continuarão a dominar artificialmente as agendas pedagógicas e de investigação e a adiar a urgente renovação das pedagogias e da educação. As considerações do professor fazem referência ao contexto de Portugal. Mas e no Brasil? Pensando nisso, neste Desafio, considere a situação hipotética a seguir: Claudia, professora de história, após trabalhar em sala de aula com a temática da ditadura civil-militar, levou os alunos para o laboratório de informática e solicitou que eles elaborassem apresentações em Power Point sobre o conteúdo ensinado. Reflita sobre as palavras de António Dias de Figueiredo e sobre o uso das TICs no Brasil, e, no papel de educador, explique se a dinâmica realizada pela professora Cláudia evidencia um uso meramente instrumental das TICs ou se é resultado de uma modificação pedagógica e dos sentidos da educação.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Na situação hipotética descrita, a professora fez uso meramente instrumental do recurso tecnológico, como tem ocorrido majoritariamente no Brasil, onde a inserção das TICs nas escolas não está acompanhada de mudanças nos currículos e nas práticas pedagógicas. Existem, sem dúvida, casos de destaque, mas são isolados e não correspondem a uma política pública educacional e tecnológica que promova uma transformação nas práticas escolares.
Em resumo, as TICs são utilizadas muito mais como exemplificação ou como práticas lúdicas do que como ferramentas pedagógicas para repensar o ensino e a aprendizagem.
A Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Fundamental traz as TICs em suas competências gerais e específicas para a área das humanidades e para a disciplina de história, e se espera que os sistemas de ensino estaduais e municipais, ao elaborarem seus currículos, repensem as práticas pedagógicas. Contudo, nesse caso, outro desafio será enfrentado: a disponibilidade tecnológica das escolas e a formação dos professores.
Explicação: