Depois de passar 30 anos nas Forças Armadas, cheguei ao tão esperado
momento da aposentadoria, ou “passagem para a reserva”, segundo o jargão militar.
Mas, bem longe do pijama, dos chinelos, resolvi tornar realidade um sonho acalentado
desde a juventude em virtude da minha paixão pelas palavras e voltei aos livros com
uma finalidade: a graduação em Letras.
A volta aos estudos, a tensão de um vestibular, a alegria da aprovação, o início
do curso, algumas decepções e desenganos, parodiando Martinho da Vila, a defesa de
uma monografia, até o grande evento final: a formatura. Mesmo antes do término da
faculdade entrei no processo de estágios em colégios da rede pública, já atuando
como auxiliar de professores titulares. Foi aí que tomei conhecimento de algo que já
ouvira falar, mas ainda não tinha constatado in loco: a situação precária do ensino
básico e a situação deplorável, quase níveis humilhantes da classe docente.
Mas não me impressionei. Arregacei as mangas e fui trabalhar como professor
voluntário em um curso pré-vestibular comunitário (abomino a expressão “cursinho”!).
Aí veio o grande acontecimento. Pela primeira vez em uma sala de aula como
professor titular, um aluno levanta a mão e diz: “professor, eu gostaria de fazer uma
pergunta!” Então caiu a ficha, como se diz popularmente. “Professor”. Era comigo que
falavam... eu já do outro lado da moeda, na frente de olhares jovens (e não tão jovens)
cheios de expectativas e dúvidas.
Confesso que houve uma fração de segundos em que o mundo parou. E neste
curto espaço de tempo entre a pergunta do aluno e a minha resposta, passaram pelo
meu pensamento as imagens de vários professores que tive em minha vida, o carinho
com que me trataram, o longo caminho percorrido, as dificuldades pelas quais passei...
Hoje, já com uma pós-graduação nas costas, a palavra “professor” está
formatada definitivamente em minha cabeça, um conjunto de significantes e
significados bem delineados. Mas nunca me esquecerei do momento em que, pelas
minhas retinas tão fatigadas, como diz Drummond, o mundo parou ao ouvir pela
primeira vez, já como um profissional, a palavra “professor” ...
1. Segundo o autor, quais os novos desafios ele teve que enfrentar quando tomou a
decisão de voltar ao espaço acadêmico?
Soluções para a tarefa
Resposta: Isto e uma questão de Interpretação de texto, Ela se supreende com a palavra"professor" pois há tempos ele tiverá vários professores e isto o causou uma nostalgia, muito antes ele servirá as forças armadas, ele passou várias dificuldades para entra no espaço acadêmico
Espero ter ajudado!
Resposta:
Explicação:
Olá, tudo bem?
O exercício é sobre interpretação de texto.
1. Segundo o autor, quais os novos desafios ele teve que enfrentar quando tomou a decisão de voltar ao espaço acadêmico?
Tensão, alegria, decepções e desenganos, defesa de monografia, estágio como professor assistente, ver a dura realidade do ensino no Brasil, trabalho comunitário, ser chamado de professor.
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https://brainly.com.br/tarefa/25360336
Sucesso nos estudos!!!
