Depois de ler com atenção o texto a seguir, reúna-se com mais quatro colegas, discutam as questões que o acompanham e respondam ao que se pede.
[...] aqueles dentre nós que pensam que somos humanos sentem total confiança em nossa identidade humana e em nossa capacidade de reconhecê-la em outros; mal paramos para nos congratular pela amplidão de nossas visões, sentindo a humanidade comum em espécimes de nossa espécie, apesar das diferenças de cor e cultura. Mas nosso conceito atual é um artifício recente: a maioria das pessoas na maioria das sociedades durante a maior parte da história teria sentido dificuldade de compreender a palavra “humano” ou encontrar um equivalente para o termo em sua própria linguagem, exceto como um modo de designar os membros do próprio grupo. Para essas pessoas, os outsiders pertenciam a alguma outra classe, alheia, junto com os animais ou os demônios. Os limites atuais do nosso conceito de humanidade não são óbvios e não são universais. Foram estabelecidos como produto de uma árdua e prolongada batalha no mundo ocidental para descobrir um modo de compreender a humanidade que abrangesse comunidades antes excluídas pelo racismo e pelo etnocentrismo, sem deixar de insistir numa distinção clara entre seres humanos e não humanos.
(FERNÁNDEZ-ARMESTRO, Felipe. Então você pensa que é humano? Uma breve história da humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 14).
a) De acordo com o autor do texto, o conceito de humanidade acompanhou a espécie humana desde o início da História? Expliquem sua resposta.
b) No mundo ocidental, que obstáculos impediram, por muito tempo, o desenvolvimento do conceito de humanidade?
c) Tomando como base as informações oferecidas neste capítulo, vocês diriam que as descobertas cientí- ficas favoreceram ou dificultaram a constituição do conceito de humanidade?
d) Que características podem ser apontadas como definidoras dos seres humanos e os diferenciam dos outros animais?
Soluções para a tarefa
Respondido por
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a) Não, porque os grupos humanos sempre discriminaram outros grupos por conceitos baseados em racismo, cultura, etnia e modelagem física. O autor identifica que, apesar de parecer lógico que, mesmo aparentando diferentes etnias, culturas e de modelos de corpo, sejamos todos os humanos membros da mesma espécie biológica, para muitos cidadãos aqueles que têm cor de pele diferente, cultura diferente e modelagem do corpo diferente não merecem esse tratamento. Seriam como 'outsiders', pessoas fora do padrão que esses grupos sociais não aceitam. E Felipe Fernández-Armestro insiste, ainda, que o mundo ocidental tem enfrentado uma 'prolongada e árdua batalha', na luta pela identificação dos limites entre os animais humanos e os não-humanos, de modo a que todos se tratem com igualdade e com respeito.
b) O racismo, o etnocentrismo, o poder armado de grupos que exploram os tesouros naturais e as fontes de subsistência como água e caminhos para o mar, além do poder religioso a serviço do estado, por intermináveis períodos de guerras e de segregação de refugiados.
c) A ciência desempenha um papel fundamental no esclarecimento do obscurantismo religioso, do racismo infundado e na superação do etnocentrismo. Também interfere diretamente na atitude dos governantes, como passou a ocorrer a partir da teoria da Evolução no século XIX. Na atualidade, desde meados do século XX, os estudos em Genética têm convencido uma maior parcela das pessoas na conceituação de igualdade entre os membros da humanidade.
d) Os humanos podem ser caracterizados pelo uso intelectual da linguagem, não apenas para 'alertar' e 'chamar a atenção', como os latidos de um cão, mas para produzir comunicação em níveis mais sensíveis. Também podem os humanos 'julgar' entre opções e 'decidir' por caminhos alheios aos apontados pelos instintos, diferentemente do que as outras espécies fazem. Há, também, a capacidade de criar e desenvolver ferramentas para as mais diversas atividades, inclusive à distância, em níveis elevadíssimos de dificuldades, independentemente da participação de todo o grupo humano. Entretanto, há que se observar que tais habilidades, talvez não em níveis tão desafiadores, pode ser 'ensinada' de forma bruta a animais capazes de produzir resultados excelentes, em aspectos como compreender linguagem básica de sinais na comunicação com os homens. Algumas espécies não-humanas, ainda, criam e usam ferramentas para capturar carrapatos e formigas, no caso de chimpanzés, ou para quebrar alimentos em cascas duras, usando pedras para bater sobre apoios firmes.
b) O racismo, o etnocentrismo, o poder armado de grupos que exploram os tesouros naturais e as fontes de subsistência como água e caminhos para o mar, além do poder religioso a serviço do estado, por intermináveis períodos de guerras e de segregação de refugiados.
c) A ciência desempenha um papel fundamental no esclarecimento do obscurantismo religioso, do racismo infundado e na superação do etnocentrismo. Também interfere diretamente na atitude dos governantes, como passou a ocorrer a partir da teoria da Evolução no século XIX. Na atualidade, desde meados do século XX, os estudos em Genética têm convencido uma maior parcela das pessoas na conceituação de igualdade entre os membros da humanidade.
d) Os humanos podem ser caracterizados pelo uso intelectual da linguagem, não apenas para 'alertar' e 'chamar a atenção', como os latidos de um cão, mas para produzir comunicação em níveis mais sensíveis. Também podem os humanos 'julgar' entre opções e 'decidir' por caminhos alheios aos apontados pelos instintos, diferentemente do que as outras espécies fazem. Há, também, a capacidade de criar e desenvolver ferramentas para as mais diversas atividades, inclusive à distância, em níveis elevadíssimos de dificuldades, independentemente da participação de todo o grupo humano. Entretanto, há que se observar que tais habilidades, talvez não em níveis tão desafiadores, pode ser 'ensinada' de forma bruta a animais capazes de produzir resultados excelentes, em aspectos como compreender linguagem básica de sinais na comunicação com os homens. Algumas espécies não-humanas, ainda, criam e usam ferramentas para capturar carrapatos e formigas, no caso de chimpanzés, ou para quebrar alimentos em cascas duras, usando pedras para bater sobre apoios firmes.
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