Português, perguntado por renan091205, 7 meses atrás

Depois de estudar um pouco sobre "Identidade, diversidade social e cultural", ouvir a música, prestando atenção à letra e a frase de Sabotage, "Rap é compromisso", que segundo ele somente "a periferia (é) que domina", procure responder: Será que alguém acha que RAP não é cultura? Não seja tão simplista em sua resposta. Procure desenvolver seu pensamento de forma estruturada (começo, meio e fim) respeitando a norma culta da Língua Portuguesa. *

Soluções para a tarefa

Respondido por gynatraficante
1

okay.....

Será q alguém acha q rap não e cultura?

resposta:

Rap: a �cultura do excluído � e seu poder de transformaçã Cadenciado.

Repetitivo. Falado. Seu conteúdo? Drogas. Violência. Tragédias. Por que alguém ouviria algo assim? Por não ter cultura? Por não saber apreciar a boa e bela música popular brasileira? Ana Cláudia Florindo, em sua dissertação de mestrado pela Faculdade de Educação da USP, tenta desmistificar a visão negativa que a maioria da população tem sobre o rap e o hip-hop, mostrando sua importância e seu impacto nos jovens.

Segundo a pesquisadora, o preconceito sofrido por esse tipo de música se deve ao conhecimento superficial que a maioria das pessoas têm a respeito dele. Em virtude de sua linguagem, informal e repleta de gírias e palavras “de baixo calão”, bem como de seus temas, muitas pessoas o desprezam, e muitos educadores resistem ao seu uso em sala de aula, sem se dar conta de seu poder crítico, político e emancipador.

“É preciso deixar claro que a violência presente em muitas letras de rap e hip-hop revela mais a intenção de favorecer uma reflexão que busque a compreensão de suas causas e efeitos, no sentido de combatê-la, do que um discurso que convoque o sujeito à sua reprodução”, diz. “Ao tratar destas questões, a música dá visibilidade à vulnerabilidade na qual o sujeito está mergulhado, principalmente o negro, pobre e com poucas perspectivas de ascensão social.”

Ao unir o caráter formador do rap e do hip-hop com sua apreciação por parte dos jovens, em especial daqueles das zonas periféricas, descobre-se uma poderosa ferramenta de ensino, mais próxima de e mais apreensível por eles. Muitas vezes, a cultura local do aluno e a cultura escolar que ele se vê obrigado a aprender são tão distantes que esta perde o sentido pra ele.

Torna-se necessário, por conseguinte, que se cruzem esses dois universos, a fim de que não se imponha a cultura dominante em detrimento das experiências minoritárias ou individuais, o que o rap realiza com maestria. Sua oralidade facilita a comunicação e o domínio da língua. A força, a dureza e a secura de suas palavras revelam a seriedade das injustiças que denuncia, e promovem o desenvolvimento de uma consciência crítica –que não se cala diante da desigualdade, mas que a contesta.

Nesse aspecto, ele tem uma função que excede a educação em si e por si. Ele dá poder de mídia àqueles que não têm "nem voz nem vez". Segundo Ana, ao narrar a violência, dar voz a um discurso desprestigiado e expor a situação precária em que se encontra grande parte dos jovens hoje, o rap pode "promover a politização dos mesmos, além de tornar o currículo culturalmente mais relevante, privilegiando a valorização das identidades negadas e silenciadas na escola.”

Mesmo no âmbito educacional, as possibilidades do rap e do hip-hop vão além de novas propostas de ensino-aprendizagem ou de construção de sentido para a vida escolar dos jovens menos favorecidos. De acordo com Ana, esse tipo de música traz para dentro da sala de aula “um contradiscurso, que se constitui como um instrumento de resistência ao modelo educacional vigente na escola, que tem atuado mais como estratégia de reprodução de um sistema de dominação, do que como espaço de formação democrática e crítica do aluno.”

É importante estabelecer que o que se propõe não é o uso do rap e do hip-hop como “isca” para atrair o jovem ao universo formal, letrado, e considerado “superior”. A lógica é inversa. Não se trata de realizar uma ponte para trazer os “aculturados” para a luz da hegemonia, e sim de incorporar esse saber marginalizado ao domínio público, e, mais ainda, de adaptar-se a ele, de criar um espaço propício a ele.

Isso porque o rap não é, nunca foi e nem deve ser uma “ferramenta”, uma “artimanha” de ensino. Ou pelo menos não apenas isso. É, conforme defendido por Ana, uma manifestação cultural bastante rica e diversificada, que tem muito a oferecer para a sociedade e para seus indivíduos nas mais variadas instâncias.

A partir disso, a pesquisadora conclui: “[O rap] diferencia-se da música popular de massa pela potência crítica e o incômodo causado em sua escuta. Desse modo, recria a cultura a partir de elementos expurgados da razão ocidental e recupera a expressão de uma estética policromática, vinculada à arte do povo em todas as suas dimensões, elementos que o tornam, talvez, o símbolo mais avançado de uma verdadeira virada cultural do povo da periferia.”

DESCULPE PELA RESPOSTA LONGA... BONS ESTUDOS E ESPERO TER TE AJUDADO!!

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