Depoimentos de quem lutou na guerra
O equilíbrio das forças em conflito a partir de 1915 fez com que a guerra se configurasse como uma guerra de trincheiras, visando manter posição e desenvolver combates para tomar territórios ao outro exército. A guerra de trincheiras foi extremamente cruel, e chegou-se ao uso de armas químicas - os gases venenosos - para tentar contornar os impasses.
"Ainda estou atolado nessa trincheira. [...] Não me lavei, nem mesmo cheguei a tirar a roupa, e a média de sono, a cada 24 horas, tem sido de duas horas e meia." (Capitão E. G. Venning, França)
"Em geral, para dormirmos aquecidos, deitávamos uns junto aos outros, dividindo cobertores - cada homem levava dois. O frio, no entanto, se mostrou preferível à lama (formada com o degelo). [...] Pelo menos, podíamos nos mover." (Sargento E. W. Wilson, Rio Somme)
"O campo de batalha é terrível. Há um cheiro azedo, pesado e penetrante de cadáveres. Homens que foram mortos no último outubro estão meio afundados no pântano e nos campos de nabos em crescimento. [...] Um pequeno veio de água corre através da trincheira, e todo mundo usa a água para beber e se lavar; é a única água disponível. Ninguém se importa com o inglês pálido que apodrece alguns passos adiante." (Rudolf Binding, que serviu numa das divisões da Jungdeutschland)
"Na verdade, gentileza e compaixão com os feridos foram talvez as únicas coisas decentes que vi na guerra. Não é raro ver um soldado inglês e outro alemão lado a lado, num mesmo buraco, cuidando um do outro, fumando calmamente." (Tenente Arthur C. Young, França, 16 de setembro de 1916).
Documentos compilados por MARQUES; BERUTTI; FARIA. História contemporânea através de textos. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 119-120.
- A coleta de depoimentos sobre o passado recente é um método importante para os pesquisadores que trabalham com História oral. Por meio dela, é possível registrar a maneira pela qual determinados grupos sociais excluídos da História oficial, como operários e indígenas, vivenciaram determinadas experiências e que visão construíram delas. No entanto, é sempre preciso ter em mente que as lembranças que as pessoas guardam do passado dependem da forma como estas foram processadas pela memória e que elas refletem a visão de mundo característica do grupo social ao qual essas pessoas pertencem.
LEGENDA: Soldados búlgaros comem em trincheira. Foto de 1915, aproximadamente.
FONTE: Hulton-DeutschCollection/Corbis/Latinstock
Tendo isso em mente, releia os depoimentos e responda:
a) Os depoimentos foram colhidos na mesma época? Justifique sua resposta.
b) Os depoimentos têm alguma coisa em comum? Explique.
c) Os depoentes citados são do sexo masculino. Como as mulheres vivenciaram a Primeira Guerra Mundial? Faça uma pesquisa sobre as condições de vida enfrentadas pelas mulheres dos países em guerra nesse período.
d) Que associação podemos fazer entre memória e identidade
ajuda aí pessoal
Soluções para a tarefa
Explicação:
a) sim, por que muitos entrevistados contaram memórias passadas da guerra que lutaram. e também porque em várias partes do texto se vê palavras conjugadas no passado. exemplo "lutou deitavamos,foram,levava"
b) sim, eles tem muitas coisas em comum, como o relato de espera interminavel , a sujeira, o mau-cheiro , a alma as dificuldades ( como falta de água e fome) e poucos sinais de compaixão-sendo destacadas o cuidado com os feriados.
c) as mulheres possuíam papel de dona de casa e nada mais antes das grandes guerras. entretanto, durante a guerra enquanto os homens eram convocados para as batalhas as mulheres ficavam no seus postos nas fábricas e etc... foi a consagração da mulher no trabalho.
D) bem, se a memória é aquilo que "gravamos" do que aprendemos ao observar, ao participar da vida em sociedade, a indentidade seria construída a partir dos vínculos sociais que mantém coesa essa sociedade, pois o indivíduo assimilara a cultura dessa civilização.
espero que ajude