Democratização do acesso ao cinema no brasil redação pronta
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Resposta:
O filme brasileiro Cine Holliúdi mostra o desafio de um homem sonhador, que junto de sua família, quer manter viva a sétima arte diante da concorrência com a TV. Apesar de ser uma comédia, a obra retrata a busca pela democratização do acesso ao cinema, no Brasil, ao representar o contexto de pequenas cidades do Ceará. Assim como na época retratada pelo filme, 1970, a TV aparece como uma concorrente das salas de cinema, na sociedade contemporânea, novas tecnologias surgem nesse processo. Todavia, resta a dúvida se seriam capazes de substituir as sensações produzidas pela tela cinematográfica.
O personagem principal de Cine Holliúdi quer garantir a tradição cultural de ter cinemas de praça em pequenas cidades, ameaçados pelo advento da TV. Ao observar esse cenário, é importante ressaltar a centralização desse elemento, visto que a maioria das salas de cinema está presente nos centros das grandes cidades e nos shoppings centers. Analisando esse aspecto, nota-se uma limitação ao acesso de pessoas que moram em regiões afastadas como bairros periféricos, comunidades ribeirinhas, indígenas e até cidades interioranas. Fica visível, portanto, o quanto a TV se tornou a forma desses grupos contactarem as filmografias. Pode-se comparar esse processo de transformação, nas décadas de ouro da Televisão, ao limiar dos serviços de streaming, como a Netflix, que permitem ao indivíduo acessar a filmes, por meio da conexão com a internet, inclusive pelo celular.
Entretanto, sabe-se que a tela grande, com maior resolução de vídeo e som, pode proporcionar uma experiência sensorial, capaz de imergir o espectador e projetar sensações. Esse era o discurso do personagem da obra Cine Holliúdi, pois era apaixonado por narrativas cinematográficas de luta, tendo-as como uma extensão daquilo que desejava ser, um herói, além de que gostaria que seu filho também partilhasse da mesma paixão, não acreditando que esse sentimento fosse reproduzido por uma pequena tela. Essa ideia se sustenta na concepção de que o cinema cumpre a função artística de fazer sonhar, pois ao sair de casa, desligar-se do celular, para ver um filme, ocorre um movimento de imersão, no qual o sujeito abandona suas preocupações e ansiedades e pode se dar ao luxo de viver, pelo menos por um curto tempo, uma outra vida.
Sendo assim, faz-se necessária a descentralização das salas de cinema. Para tanto, associações de bairro, em parcerias com as prefeituras, devem criar espaços, mesmo que simples, em suas próprias sedes, com telas e equipamentos de projeção para a transmissão gratuita de filmes, por meio da assinatura de serviços de streaming, que, inclusive, poderiam ser os patrocinadores desse projeto, desde que as exibições fossem quinzenais, o que não impactaria no seu produto. Assim, garantindo a mais indivíduos o acesso ao momento mágico de escapismo e projeção de seus desejos mais internos, realizados pelos personagens cinematográficos, como em Cine Holliúdi.