Sociologia, perguntado por kaylannesantos13, 11 meses atrás

defina e de exemplos de intertextualidade

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Respondido por kim98
29
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na criação de um novo texto.

A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.

Dos diversos exemplos de intertextualidade existentes na literatura brasileira, um dos mais conhecidos é o poema Canto de Regresso à Pátria, de Oswaldo de Andrade, cujo texto fonte é o poema Canção de Exílio, de Gonçalves Dias.

Paráfrase
Na paráfrase, a intertextualidade incide na temática. Há uma reafirmação das ideias do texto fonte. É utilizado um tema previamente explorado por outro autor na criação de um novo texto com estrutura e estilo próprios. Exemplo de paráfrase:
"Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá..." (Canção do exílio, Gonçalves Dias)
"Moro num país tropical / abençoado por Deus / e bonito por natureza..." (País Tropical, Jorge Ben Jor)

Paródia
Na paródia, ocorre a subversão da temática do texto fonte, alterando e contrariando o que foi expresso anteriormente de forma irônica e satírica. Visa a crítica e a reflexão, promovidas através de um momento de fruição e jocosidade.
Exemplo de paródia:
Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. (ditado popular)
Se Maomé não vai à montanha, a montanha vaia Maomé. (paródia)

Referência ou alusão
Na referência ou alusão, é feita a sugestão ou insinuação de um acontecimento, personalidade, personagem, local, obra,... Não é apresentada a intertextualidade de forma direta, mas sim através da apresentação de características simbólicas.
Exemplo de referência ou alusão:
A mais bonita de todas era sem dúvida Helena - a minha filha e não a outra.
(Alusão a Helena de Troia, a mulher mais bonita do mundo)

Citação
Na citação, ocorre uma intertextualidade direta, havendo a reprodução de parte do texto fonte. Há uma transcrição das palavras de outro autor, devidamente destacada com aspas e com a identificação desse autor. A citação visa conferir credibilidade ao novo texto.
Exemplo de citação:
Segundo Bechara (2015, p.276), "o verbo se diz pronominal quando o pronome oblíquo se refere ao pronome reto".

Epígrafe
Na epígrafe, um autor utiliza uma passagem de um texto fonte para iniciar um novo texto, estabelecendo uma relação com essa passagem na criação da nova criação. É muito utilizada em trabalhos acadêmicos, atuando como um pensamento que serve de base à obra.
Exemplo de epígrafe:
"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção." (Paulo Freire)

Pastiche
No pastiche, há a imitação direta do estilo de outros autores, mesclando esses diversos estilos numa única obra. Aparece como uma criação independente, sem o intuito de criticar ou satirizar. O pastiche é muito utilizado em músicas e imagens.
Exemplo de pastiche:
"Quis gravar “amor”
no tronco de um velho freixo:
“Marília”, escrevi."
(Manuel Bandeira)

Tradução
A tradução é a passagem de um texto de uma língua estrangeira para a língua nativa de um determinado país. É considerada uma intertextualidade por haver diferentes interpretações e pela possibilidade de uso de diferentes expressões na adequação à realidade da nova língua.
Exemplos de tradução:
Nós amamos com um amor que era mais do que amor.
"We loved with a love that was more than love." (Edgar Allan Poe)
Respondido por rafaeleramos
2

  Intertextualidade pode ser definida como o diálogo entre dois textos ou obras diferentes. Como exemplo de intertextualidade temos a paródia do poema “Canção do Exílio” - do poeta romântico Gonçalves Dias -, chamada “Canção do Exílio às avessas” escrita pelo apresentador brasileiro Jô Soares.

Intertextualidade

 A intertextualidade consiste no diálogo entre dois textos ou obras diferentes, podendo ser explícita -  referência feita de maneira direta - ou implícita - referência não é feita de maneira direta -.

Tipos de intertextualidade

  • Epígrafe
  • Paráfrase
  • Citação
  • Tradução
  • Alusão
  • Paródia

“Canção do Exílio às avessas”, de Jô Soares:

Minha Dinda tem cascatas

Onde canta o curió

Não permita Deus que eu tenha

De voltar pra Maceió.

[..]

O meu céu tem mais estrelas

Minha várzea tem mais cores.

Este bosque reduzido

deve ter custado horrores.

[...]

Minha Dinda tem piscina,

Heliporto e tem jardim

feito pela Brasil's Garden:

Não foram pagos por mim.

Em cismar sozinho à noite

sem gravata e paletó

Olho aquelas cachoeiras

Onde canta o curió.

[...]

Minha Dinda tem primores

De floresta tropical.

Tudo ali foi transplantado,

Nem parece natural.

Olho a jabuticabeira

dos tempos da minha avó.

Não permita Deus que eu tenha

De voltar pra Maceió.

[...]

Finalmente, aqui na Dinda,

Sou tratado a pão-de-ló.

Só faltava envolver tudo

Numa nuvem de ouro em pó.

E depois de ser cuidado

Pelo PC, com xodó,

Não permita Deus que eu tenha

De acabar no xilindró.

“Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias:

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar — sozinho, à noite —

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

 

 O poema de Gonçalves Dias reflete a saudade sentida por sua terra natal, valorizando as características naturais, ambientais e mostrando seu desejo de voltar para ela.

 Na paródia de Jô Soares, o eu lírico (Collor) valoriza o lugar que está no presente e não deseja retornar à sua terra natal - Maceió. Ela, também, denuncia os escândalos políticos do ex presidente Collor entre os anos de 1990 a 1992.

 Portanto, nota-se que a paródia de Jô Soares denuncia de forma crítica e bem-humorada as regalias e modernidades desfrutadas pelo ex presidente do Brasil, Collor, devido ao seu cargo, e sobre o eu lírico (Collor) não querer voltar à sua terra natal.

Leia mais sobre intertextualidade em:

https://brainly.com.br/tarefa/352823

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