de uma opinião sobre sustentabilidade
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Sustentabilidade é reconhecer que somos a parte menos importante e mais vulnerável de um sistema vivo no qual todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos. As principais razões de haver a vida na Terra, inclusive a humana, não deriva da iniciativa nem do poder humano, portanto, esse entendimento deve levar a total revogação da nossa atitude em relação aos seres vivos e aos ecossistemas, na qual os tratamos como se fossem infindáveis, inalteráveis e permanentes. O pensamento humano respaldado pela pseudo-ciência economia trabalha a idéia de modo perpétuo ao adotar leis da física de dois séculos atrás, relacionadas com a mecânica ou com a locomoção. Por essa razão, o conflito entre o sistema econômico-humano e o planeta só tende a aumentar e não diminuir enquanto idéias estapafúrdias, como crescimento econômico gerador de bem estar social, não forem removidas da sabedoria universal.
O conflito é muito simples, pois a economia possui três características que a definem:
1) linear (extrai, produz, consome, descarta num ciclo exagerado de extenso desperdício e ineficiência e o mito do jogar fora ou deixar os países mais avançados exportar sujeira, produção suja e viver de exportação de bens e recursos às custas de ecossistemas ainda existentes no mundo em desenvolvimento, tudo isso a custo zero),
2) infinita (produz crescimento exponencial contínuo de coisas, alimentos, pessoas, etc.) e
3) degenerativa (introduz materiais degenerativos nos ecossistemas como transgênicos, queima de combustíveis fósseis, compostos químicos, metais pesados, etc.).
A natureza e o planeta, sistema maior do qual a economia e nossa sociedade é um subsistema dependente , é justamente o oposto:
1) circular (reaproveita tudo com um ciclo fechado em si mesmo e uma solução é a economia reaproveitar tudo ao máximo e parar de fazer de conta que é um sistema aberto),
2) finita (a finitude territorialmente é óbvia demais embora a infantilidade dos economistas tente negar que sobre um território finito não há problema alguma acumular um estoque crescente de carros, casas, coisas, poluição de todos os tipos, cacarecos e pessoas nem buscar uma demanda infinita por energia, quando já desperdiçamos mais da metade da energia disponível para nosso consumo desnecessário) e
3) regenerativa (a água é um bom exemplo, porque não só poluímos a água, como usamos além da sua capacidade de reposição e vários países estão caminhando para esgotamento de estoques hídricos simplesmente porque extraem mais do que os
aquíferos recebem e bons exemplos dessa atrocidade são os Estados Unidos e a China, mas Brasil vai pelo mesmo caminho ao destruir o Cerrado e a Amazônia).
O chocante de toda essa discussão tardia sobre sustentabilidade é que até agora seus principais mentores não atacaram a ciência econômica cujos modelos mirabolantes não há uma só variável representativa da contribuição inigualável e irreproduzível dos recursos naturais e seus serviços ecológicos. Enfim, não há uma só variável sequer para água, sem a qual não teríamos nada e os economistas assumem total neutralidade, reversibilidade e previsibilidade dos processos econômicos em relação ao planeta e sua natureza. Com isso teimosamente acreditam que a economia pode ser maior que o planeta, embora seja uma impossibilidade física e ecológica. Essa inversão de eixos propiciada por esse conhecimento falso dos economistas precisa ser feita urgentemente, porque até agora toda discussão sobre sustentabilidade tem sido ingênua, marginal, inútil e não deteve um segundo sequer o caminho suicida pelo qual segue nossa espécie animal e toda a vida desse planeta.
Sem um modelo social, político, histórico, cultural que concilie localmente nossas vidas com o planeta, com a natureza e com os demais seres vivos, revogando o desperdício, a ausência de noção dos limites da Terra não só não iremos atingir a sustentabilidade tão almejada como iremos desaparecer de um planeta ainda banhado em sol entregue apenas à vida bacteriana.
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