de sua opinião sobre "o livro busca traça um retrato mais humano de Sócrates"
o texto-
Passados quase dois milênios e meio, a figura de Sócrates continua a inspirar os que não se conformam com a ideia de que o ser humano seja simplesmente um projeto que não deu certo, como afirmou certa vez, com amargura, o escritor Arthur Koestler (1905-1983).
Condenado sob a acusação de zombar dos costumes e corromper a juventude, o filósofo ateniense poderia ter escolhido o exílio ou fugido, mas enfrentou com admirável sobriedade e lucidez a pena de morte. E sua conduta nos últimos momentos foi o coroamento de uma vida dedicada à busca e à transmissão do conhecimento, e pautada pelo imperativo ético de que é preferível sofrer a injustiça do que cometê-la.
Como Sócrates nada escreveu, os amantes da filosofia antiga o conhecem principalmente por meio dos admiráveis diálogos de Platão (428/427 a.C. – 348/347 a.C.), nos quais o filósofo, que excede seus interlocutores em sabedoria, aparece sempre empenhado em levar o processo cognitivo ao limite e ultrapassá-lo. Descartadas as comédias de Aristófanes, a outra fonte extraplatônica sobre os feitos e ditos de Sócrates é Xenofonte (cerca de 430 a.C. – 354 a.C.). Foram os escritos socráticos desse outro discípulo que embasaram o livro O princípio da integridade como o princípio da potência na figura de Sócrates, segundo a obra de Xenofonte, de Flávio Luiz Mestriner Leonetti.
Publicado com apoio da Fapesp, o livro resultou da tese de doutorado de Leonetti, defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, sob a orientação de Olgária Chain Féres Matos.
“Sem a genialidade de Platão, Xenofonte articula melhor teoria e prática, pensamento e ação, e mostra um Sócrates mais integrado e integral, em várias situações do dia a dia. Eu mesmo estava em busca dessa articulação e dessa integridade, que encontrei nas filosofias orientais. Tal movimento me aproximou de Xenofonte. E me apaixonei por sua simplicidade”, disse Leonetti à Agência Fapesp.
De fato, em contraste com o Sócrates altamente filosófico e argumentativo construído por Platão, Xenofonte oferece ao leitor um Sócrates mais singelo, sempre disposto a oferecer às pessoas comuns que encontra nos espaços públicos de Atenas um conselho útil. Os dois retratos não são excludentes, mas complementares. E certamente teríamos ainda outro, se dispuséssemos de uma terceira versão. Pois é impossível que a representação possa dar conta de todas as nuanças do representado, ainda mais tratando-se de alguém da estatura de Sócrates.
“Em minha pesquisa, apoiei-me principalmente nos quatros livros que compõem a Memorabilia (Apomnemoneumata, em grego) de Xenofonte. Mas também estudei os outros três textos ditos socráticos desse autor: o Econômico, o Simpósio (Banquete) e a Apologia de Sócrates. Foi nessas quatro obras que busquei o ‘princípio da integridade’, que constitui o eixo de minha tese. Depois, analisei a Apologia de Sócrates escrita por Platão e a crítica feita ao socratismo por Nietzsche. E concluí considerando a utilidade do estilo socrático (eu zen) frente aos maiores problemas do mundo contemporâneo ”, detalhou Leonetti.
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