...De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira.
Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja [...].
[...]
Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar amanhã uma dívida [...]. A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório, que advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos [...].
[...]
—Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da casa.
— Agora vou, mentiu o Honório.
[...]
D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons ou maus negócios.
[...]
Tirou-a do bolso, finalmente, mas com medo, quase às escondidas; abriu-a, e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro [...].
"Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso utilizar-me do dinheiro," pensou ele.
Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu, bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim um cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo. [...]
[...]
Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado e a própria D. Amélia o parecia também. Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma cousa.
— Nada.
— Nada?
— Por quê?
— Mete a mão no bolso; não te falta nada?
— Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso.
— Sabes se alguém a achou?
— Achei-a eu, disse Honório entregando-lhe.
Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para o amigo. [...]
— Mas conheceste-a?
— Não; achei os teus bilhetes de visita.
Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para o jantar.
Então Gustavo sacou novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta mil pedaços: era um bilhetinho de amor.
1}O que motivou Honório a devolver a carteira encontrada foi
A
descobrir que ela era de um amigo seu.
B
ser visto apanhando o objeto no chão por um homem.
C
verificar que a quantia encontrada não cobriria as dívidas.
D
desmascarar o caso amoroso que Gustavo tinha com sua esposa.
E
refletir que ele conseguirá pagar suas dívidas trabalhando como advogado.
2}No conto, apesar de não ser possível inferir que Gustavo tinha um caso com D. Amélia antes do final da narrativa, há um indício de que uma situação inesperada se revelaria pelo fato de
A
a personagem Gustavo desconfiar de que seu amigo o roubou.
B
a carteira conter dinheiro, cartas, bilhetinhos dobrados e cartões de visita.
C
a personagem Honório entrar em casa sorrindo para entregar o objeto ao amigo.
D
a esposa estar ansiosa e trêmula com a chegada do marido com a carteira encontrada.
E
o amigo da família negar que lhe faltava algo e, logo após, confirmar que lhe faltava a carteira sem verificar os bolsos.
3}No conto, a escolha do posicionamento do pronome oblíquo átono em “Falta-me a carteira” foi influenciada pelo(a)
A
profissão da personagem.
B
rapidez demandada na fala.
C
fato de o registro ser escrito.
D
situação comunicativa informal.
E
vínculo de amizade entre os interlocutores.
4}Esse conto começa, inusitadamente, com reticências. A utilização desse sinal de pontuação para introduzir o texto tem o objetivo de
A
marcar uma pausa na reflexão da personagem principal do conto.
B
sugerir que o leitor pode imaginar a introdução que quiser para o conto.
C
demonstrar a dúvida do advogado em pegar ou não a carteira que não lhe pertence.
D
reforçar o quanto Honório ficou surpreso quando encontrou uma solução para suas dívidas.
E
indicar que ocorreram outros fatos na vida da personagem até ela se deparar com uma carteira.
5}A conjunção coordenativa utilizada em "...De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira" tem sentido de:
A
adição.
B
conclusão.
C
explicação.
D
alternância.
E
adversidade.
Soluções para a tarefa
Respondido por
3
Resposta:
a
Explicação:
pq sim
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