História, perguntado por GuilhermeSA27, 1 ano atrás

De que se trata a questão da consciência mítica ou mitológica?

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Respondido por metabolisml
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Consciência mítica é aquela que não encara a verdade real e busca nos mitos explicações para seus conflitos interiores. Mito nos promórdios da humanidade foi uma tentativa de explicar o "inexplicável" hoje porém mito é algo muito mais sutil, serve para legitimar poderes de classes dominantes e subjugar os dominados. Mas no meu pensamento mais profundo mito é uma tremenda besteira criado pelo medo, ódio, ganância , esperteza dos homens. 
Semelhanças entre os relatos dos mitos => curiosidade, desobediência e advento de uma castigo. 
MITO 
Leitura superficial => mito como uma maneira fantasiosa de explicar uma realidade que ainda não foi abarcada racionalmente. Preconceito comum = identificação com lendas ou fábulas (forma menor de explicação dos acontecimentos do mundo, que logo será superada pelas explicações mais racionais). 
Leitura apurada => o mito não é exclusividade do primitivismo. Existe em todo tempo e cultura como forma de compreensão da realidade. Possui diversas conotações. 

O MITO ENTRE OS PRIMITIVOS 

Mito vivo => surge como “verdade intuída”, espontânea e sem comprovações. Baseado na crença e não na evidência racional. É uma intuição compreensiva da realidade (semelhante à das crianças). 

Raízes do mito => realidade vivida pré-reflexiva das emoções e da afetividade. Fantasia, imaginação => antes de interpretar o mundo, o homem o deseja ou o teme, indo de encontro a ele ou ocultando-se dele. Desejo de dominar o mundo, afugentando a insegurança, os temores e a angústia diante do desconhecido e da morte. 

Funções do mito: 

· Acomodar e tranqüilizar o homem em relação ao mundo assustador (primordial).
· Explicar a realidade. 

Primeiros modelos de construção do real => têm uma natureza sobrenatural => os deuses são criados e chamados para apaziguar a aflição do homem diante do que ele não consegue compreender e controlar. Nada é natural, tudo é sagrado. 

Festas religiosas => há a ritualização do evento sagrado que aconteceu “no começo” (passado mítico). 

Ritos => necessidade dos ritos para que os fatos possam se concretizar. Maneira mágica de agir sobre o mundo. 

Consciência mítica => consciência comunitária = o homem não se percebe como sujeito propriamente dito. Não comanda a sua própria ação, sua experiência não se separa da experiência da comunidade, mas se faz por meio dela. 
A consciência mítica é dogmática, ingênua, porque não critica. Aceita os mitos e rituais sem contestação, pela fé. 

Equilíbrio individual => o coletivo prepondera sobre o individual. 

Moral dogmática => adaptação do indivíduo sem crítica às normas tradicionais. Transgressão da norma => ultrapassa quem a violou, podendo atingir a família e até a tribo. Por isso, os “ritos de purificação”. 

Religião => sempre ligada a elementos míticos. Fases na formação do conceito de deuses: 

1) Deuses momentâneos => excitações instantâneas. Fonte => emoção subjetiva marcada pelo medo. Não são forças da natureza, nem aspectos da vida humana. Podem ser conteúdos mentais (Alegria, Inteligência etc.) ou objeto da realidade percebido como sido enviado do Céu. 
2) Deus funcional => é descoberta a individualidade do divino, os elementos pessoais do sagrado. Esse deus vigia cada etapa do trabalho dos homens e é chamado para protegê-los. Há a prática de rituais e a fé na magia, fazendo o homem confiar em si mesmo. O homem não se vê mais a mercê das forças naturais e acha que o que acontece é dependente também dos atos humanos. Magia usada tanto para o bem quanto para o mal, pois não estava ligada a princípios éticos. 
3) Deus pessoal => o deus perde a ligação com uma determinada atividade e torna-se um nome próprio => é um ser que se desenvolve segundo as suas próprias leis. Age e sofre como os homens e seus nomes expressam sua natureza, seu poder e sua eficiência. 

Religiões monoteístas => decorrentes do desenvolvimento da 3ª fase e de forças morais (bem e mal). Natureza abordada pelo racional. Divino => deixa de ser concebido por poderes mágicos e passa a ser enfocado pelo poder da justiça. O sentido ético substitui o sentido mágico. 

Atualidade => a nova forma de compreender o mundo dessacraliza o pensamento e a ação, retirando-lhe o caráter de sobrenaturalidade. 

Mito do cientificismo => crença na ciência como única forma de saber. Cria outros mitos => progresso => tecnocracia. 

Mito => ponto de partida para a compreensão do ser, Os pressupostos míticos servem de base para o trabalho posterior da razão. 

Mito e razão => complementam-se mutuamente. 

Reflexão => permite a rejeição dos mitos prejudiciais. 

PASSAGEM DA CONSCIÊNCIA MÍTICA PARA A CONSCIÊNCIA FILOSÓFICA 

- Grandes nomes como Confúcio, Lao Tse, Buda, Zaratustra ainda não estavam muito vinculados à religião. 

- Primeiros filósofos => gregos.
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