De que maneira podemos perceber a grande prosperidade vivida pela França, até meados do século XVIII?
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4 EVOLUÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XVI AO SÉCULO XX
Neste capítulo apresenta-se a evolução da economia brasileira do Século XVI ao Século XX com o objetivo de identificar os principais fatores que contribuíram para impulsionar ou restringir o processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil. Além disso, analisa-se
o impacto do processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil sobre o Estado da Bahia ao longo de cinco séculos.
4.1 O BRASIL COMO ECONOMIA PRIMÁRIO-EXPORTADORA
Desde o período colonial até 1930, o Brasil centrou sua atividade econômica na produção de produtos primários para exportação. Durante esse período, houve três grandes ciclos de produção no Brasil – o da cana-de-açúcar, o do ouro e o do café – que, ao lado de outros sistemas produtivos de menor expressão, buscaram, no fundamental, suprir o mercado externo.
4.1.1 O Brasil durante o ciclo da cana-de-açúcar
Os principais centros de produção açucareira do Brasil (Mapa 12) se encontravam onde hoje se localizam os estados de Pernambuco, Bahia e São Paulo (São Vicente). A colonização no Brasil do Século XVI estava ligada fundamentalmente à indústria açucareira. Em sua fase inicial de colonização, Portugal encontrou na produção de cana-de-açúcar no Brasil e a Espanha, na extração de ouro de suas colônias da América do Sul e Central as fontes de riqueza que garantiam a manutenção de seus empreendimentos coloniais. No Brasil, a existência de uma economia de plantation está bastante relacionada com os interesses dos proprietários das melhores terras que lucravam enormemente com as culturas de exportação.
Foi esse processo que consolidou, do Brasil Colônia até o presente momento, o latifúndio, isto é, a grande propriedade rural, a vinculação dependente do país em relação ao exterior, a monocultura de exportação, a escravidão e suas conseqüências. No Brasil, a colônia de exploração prosperou graças ao sucesso comercial da produção da cana-de-açúcar. Essa, talvez, tenha sido uma das principais causas do insucesso na implantação da colônia de povoamento caracterizada pela existência da pequena e média propriedade dedicada ao autoconsumo e /ou ao mercado interno nos moldes da que se instalou nos Estados Unidos. A inviabilidade na implantação da colônia de povoamento no Brasil decorreu, também, do fato de que “em Portugal, a população era tão
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insuficiente que a maior parte de seu território se achava ainda, em meados do Século XVI, inculto e abandonado; faltavam braços por toda parte, e empregava-se em escala crescente mão- de-obra escrava…” (PRADO JÚNIOR, 1987, p.30)
MAPA 12
CENTROS PRODUTORES DE AÇÚCAR
PERNAMBUCO
Zona da Mata
de Pernambuco Recôncavo Baiano
BAHIA
São Vicente
VENEZUELA
COLÔMBIA
PERU
BOLÍVIA
GUIANA FRANCESA GUIANA SURINAME
PARAGUAI
ARGENTINA
URUGUAI
SÃO PAULO
Elaboração própria.
É preciso destacar que o processo de escravidão no Brasil foi o mais amplo e prolongado registrado nos últimos cinco séculos. “O sistema escravista vigeu ao longo de quase 400 anos e a sua abolição não representou uma ruptura radical com ele. Além da escravização do índio, foram trazidos da África entre quatro a cinco milhões de negros…” (BRUM, 1888, p.145). Com efeito, para subsistir sem trabalho escravo, seria necessário que os colonos se organizassem em comunidades dedicadas a produzir para autoconsumo, o que só seria possível se a imigração houvesse sido organizada em bases totalmente distintas daquela que foi implantada, o que significa dizer que o Brasil teria que se constituir em colônia de povoamento, como a dos Estados Unidos, ao invés de colônia de exploração.