De que maneira podemos comparar a atitude filosófica com a atividade de buscar conhecer e entender os espaços geográficos e religiosos, os monumentos históricos e a cidade, de Porto Alegre, de forma geral?
Soluções para a tarefa
mais efetivamente por si, mas respondem a
indagações cruciais no necessário diálogo
entre a História e o nosso tempo.A História desempenha papel crucial na 99
formação dos jovens e por isso mesmo continua a ser disciplina obrigatória nos currículos
dos ensinos fundamental e médio. Seu caráter formativo está associado aos diferentes
níveis de pertencimento: social, nacional,
regional, local, étnico, cultural, religioso, de
gênero sexual, entre outros.
Devido a esse grande potencial formativo, é preciso estar alerta para os diferentes
usos a que as informações históricas poderão servir, e minimizar os efeitos ideológicos
de seu conteúdo. É preciso, por outro lado,
insistir no desenvolvimento de competências
que capacitem o aluno a analisar e criticar as
informações históricas, orientando-o e fornecendo-lhe as condições necessárias para que
ele assuma uma posição eminentemente ativa no processo de aprendizagem.
Nos cadernos de estudo aqui apresentados, procuramos fundamentar e exemplificar temas e problemas de estudo de História
que estivessem em conformidade com o documento da área de História da Secretaria
de Educação do Estado do Rio Grande do
Sul. As propostas aqui elencadas não esgotam as possibilidades de trabalho, mas servem tão somente como exemplos de como
ensinar História. Todos eles estão norteados
pelas competências transversais da Área de
Ciências Humanas e suas Tecnologias, tal
qual aparece nos Referenciais Curriculares
da Educação Básica do Rio Grande do Sul.
No ensino de História, ler mostra-se competência essencial. Essa é uma disciplina eminentemente analítica e conceitual, e a compreensão do significado de textos e imagens
é condição para a posterior análise crítica.
Ao praticar a leitura e olhar para os vestígios do passado buscando apreender seus
sentidos e interpretá-los o aluno não apenas
obterá informações significativas mas aprenderá a decodificá-las, selecioná-las, organizá-las e, principalmente, contextualizá-las
historicamente.
Nas operações que envolvem o ato de
ler, é preciso que o educando desenvolva a
capacidade crítica de identificar os diversos
tipos de textos e reconhecer a diferença entre aqueles que constituem fontes primárias
e aqueles que constituem referências bibliográficas.
Os primeiros são transcrições de dados
escritos extraídos diretamente de testemunhos
históricos, de testemunhos documentais. Resultam da experiência dos sujeitos históricos
e informam diretamente os acontecimentos
e fenômenos do passado. A eles devem ser
adicionados os testemunhos de imagens fixas (pintura e fotografia) e de imagens em
movimento (televisão, cinema, computador),
de palavras não escritas (discursos, depoimentos orais) e sons (música), monumentos
e vestígios arqueológicos deixados pelos
grupos humanos ao longo de sua trajetória
histórica. Todas estas evidências documentais
precisam ser adequadamente decodificadas,
contextualizadas, e interpretadas.
Quanto aos referenciais bibliográficos,
estes provêm de obras de caráter historiográfico. Constituem interpretações do passado
e, nessa condição, apresentam resultados de
pesquisa que estão sujeitos a ser confirmados
ou questionados, revistos, criticados ou simplesmente abandonados.
Em História, escrever é uma competência importantíssima para a organização de
informações coletadas sobre as realidades
passadas e sua transformação em objeto de
análise crítica. Ao escrever, é preciso saber
identificar as ideias principais contidas nos
documentos históricos ou nos textos historiográficos e os argumentos que esses textos
apresentam, reorganizar suas informações e
dar-lhes uma nova forma. Ao fazê-lo, o aluno passa a assumir uma posição ativa no
processo de aprendizagem, tornando-se ele
próprio produtor de conhecimento.
Por fim, é preciso lembrar que a memorização das informações históricas não tem
Ler, escrever e resolver problemas em História
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qualquer lugar numa proposta de ensino que
pretenda desenvolver competências como a
de resolver problemas. Realmente, se os fatos históricos e informações históricas são as
matérias-primas do conhecimento, elas não
bastam para dar sentido ao caráter eminentemente formativo que a disciplina reivindica
para si.
Em História, a busca pela resolução de
problemas está intimamente relacionada com
a postura crítica e analítica diante dos fatos e
informações. O saber histórico escolar deve
ser eminentemente comparativo, relacional.
Através das habilidades de comparar e relacionar é que o aluno terá condições de perceber as continuidades e rupturas nos contextos e estruturas históricas, as semelhanças
ou diferenças existentes entre as formações
sociais e econômicas de diferentes épocas e
lugares.