História, perguntado por leticiaa50, 10 meses atrás

De que maneira a Tarifa Alves Branco (1844) e a Lei Eusébio
de Queirós (1850) se relacionam ao surto manufatureiro
ocorrido no Brasil entre 1845 e 1875?​

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Respondido por saletelondrina
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Resposta:

A Tarifa Alves Branco foi uma medida que incentivou a indústria brasileira durante o Império.

Mesmo com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, não houve espaço para que a produção industrial brasileira desenvolvesse. A mudança de foco na administração do império marítimo português não ofereceu tamanha liberdade em terras brasileiras porque foi firmado um acordo com a Inglaterra que garantia a este país privilégios na venda de suas mercadorias. Assim, o Brasil se tornou um grande consumidor e dependente dos ingleses. Com o passar das duas primeiras décadas do século XIX, essas tarifas sofreram transformações, entretanto o Brasil precisou utilizar mais recursos na contenção de revoltas e com outras dificuldades que afetavam a produção agrícola e o próprio reconhecimento da independência.

Já com o Brasil definido como império e independente, as taxas praticadas sobre produtos estrangeiros estavam na casa dos 15% de impostos. Valor este que permaneceu ativo no Brasil entre os anos de 1828 e 1844. Foi então que o Ministro da Fazenda Manuel Alves Branco decidiu revisar as taxas que eram cobradas. Alves Branco era advogado e economista, mas desenvolveu uma grande carreira de sucesso na política, ocupando diversos cargos de destaque no império.

A Tarifa Alves Branco recebeu o nome de seu criador e foi implementada no dia 12 de agosto de 1844. Tratava-se de uma tarifa alfandegária que aumentou as taxas de importação para a casa dos 30%, quando não havia similar nacional, e para a casa dos 60%, quando havia produto similar nacional. As novas determinações causaram impacto sobre cerca de três mil produtos e despertaram a insatisfação dos ingleses, acostumados com os privilégios na comercialização de seus produtos desde antes da independência do Brasil. Mas não foram só os britânicos os impactados com as novas medidas, os importadores brasileiros e os consumidores mais ricos que consumiam tais produtos passaram a pagar mais caro pelo que desejavam.

Apesar da insatisfação de ingleses e comerciantes brasileiros, a Tarifa Alves Branco permaneceu ativa até a década de 1860, quando o governo imperial não conseguiu mais resistir à pressão dos grupos insatisfeitos. O objetivo básico da Tarifa Alves Branco era melhorar a balança comercial brasileira, fazendo com que o império arrecadasse mais dinheiro do que era dispensado com gastos. Só que a implicação da tarifa foi bem além disso, a medida do Ministro Alves Branco acabou por incentivar a produção industrial brasileira, já que os custos para substituição das importações pela instalação de pequenas fábricas eram bem mais atraentes. É na vigência da Tarifa Alves Branco que se cria a estrutura necessária para os investimentos do conhecido Barão de Mauá, o qual investiu em diversas inovações tecnológicas e comerciais para o Brasil. A chamada Era Mauá foi interrompida e minada dentro do próprio governo imperial brasileiro em função da existência de políticos atrelados aos interesses dos ingleses que pressionaram até conseguir derrubar as taxas protecionistas e sucumbir o império ao capital inglês.

Explicação:


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