De que forma o imperialismo estava se apresentando no Japão?
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Esmerado seguidor da cartilha europeia, aliado da Grã-Bretanha na contenção do expansionismo russo na Ásia, associado a todas as acções punitivas contra a China em estertor, cumpria os requisitos para emparceirar nos lances da política internacional de finais do século XIX: regime constitucional, sistema representativo, livre-comércio, pesos, medidas e calendário solar, sistema educativo ocidental e, até, imperialista e colonizador.
O “progresso” japonês deu frutos precoces quando, em 1876, forçou a vizinha Coreia a ratificar um Tratado de Amizade em tudo análogo aos tratados desiguais que por essa altura se obrigava a China subscrever. Em 1895, numa guerra rápida, tomou de assalto Taiwan e conseguiu que o “reino ermita” da Coreia passasse para a esfera de influência de Tóquio. Se inicialmente tais conflitos pareciam constituir um engenhoso expediente para distrair os antigos samurais (shizoku), evitando tensões e aplanando a via da ocidentalização dos costumes, em 1904 o mundo recebeu com estupor as notícias da guerra russo-japonesa.
A derrota do colosso russo em Porto Artur e Tsushima vinha comprovar os mais negros vaticínios de que um poder não-europeu, conquanto apetrechado à maneira ocidental nas artes da guerra, poderia por em perigo toda a arquitectura do poder mundial ainda centrado na Europa. Ferreira da Cunha ), Guimarães Filho, Ladislau Batalha, Pinto Basto e Félix Ribeiro deixaram, a respeito deste crescendo exponencial do poderio nipónico, elucidativas como diferenciados apontamentos, convergentes no reconhecimento que algo de muito importante se estava a operar no extremo oriental da Ásia.