História, perguntado por 6078, 1 ano atrás

de que forma a politica de expansão de napoleao bonaparte influenciou o processo de independencia no brasil? me ajudem gente por favor

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Respondido por luanete1932
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O governo português possuía relações privilegiadas com a Inglaterra, depois da assinatura do Tratado de Methuen, em 1703, e ainda graças à velha Aliança que vinha dos tempos da dinastia de Avis.

Portugal tinha então a Inglaterra como principal parceira para seus negócios. Pressionados por Napoleão, os portugueses não tiveram escolha: como não podiam abdicar dos negócios com a Inglaterra, não participaram do Bloqueio Continental.

Insatisfeito com a decisão portuguesa, o exército francês começou a dirigir-se a Portugal. Napoleão forçara uma aliança, sob a forma do Tratado de Fontainebleau com a casa real espanhola (onde veio a forçar a abdicação do trono de Carlos IV para o seu irmão, José Bonaparte) para a Invasão de Portugal, apesar de se saber que havia já planos anteriormente delineados para conquistar tanto Portugal, como Espanha. A ideia era a de dividir Portugal em três reinos distintos:

Lusitânia Setentrional, a ser governado pela filha de Carlos IV, Maria Luísa;Algarves, a ser governado por Manuel de Godoy com o título de rei;O resto do país, a ser administrado diretamente pela França Imperial até ao fim da guerra.

Nesse sentido, realizaram-se três expedições militares a Portugal, conhecidas em Portugal pelo nome de Invasões Francesas.

Numa jogada de antecipação estratégica, pensada e planeada para evitar que a família real portuguesa fosse aprisionada e obrigada a abdicar, como virá a acontecer com Fernando VII e Carlos IV de Espanha, e sabendo-se que o Brasil era considerado, na época, a pérola da coroa portuguesa, toda a corte portuguesa, incluindo o príncipe-regente D. João VI, saiu para o Brasil, instalando o governo português no Rio de Janeiro em 1808, tornando-a capital do que vem a ser um sonhado Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816-1826), que o rei acalentou e para o qual institui um nova bandeira com a esfera armilar.

A saída foi precipitada, com as tropas francesas já em solo português, mas conseguiu-se que cerca de 15 mil pessoas saíssem para o Brasil, transferindo praticamente todo o quadro do aparelho estatal. Além de pessoas do governo, saíram muitos nobres, comerciantes ricos, juízes de tribunais superiores, entre outros.

Os sectores afrancesados em Portugal chamaram a esta retirada estratégica "a fuga para o Brasil", frustrados pelas tropas de Napoleão não terem conseguido aprisionar e depor a família real portuguesa. Com a corte e a capital de Portugal no Brasil, passaram a considerar-se sem rei nem lei, pedindo de imediato ao General Junot que Napoleão lhes desse um novo rei e uma nova constituição. Este episódio da saída da família real portuguesa para o Brasil, assim como a dificuldade encontrada por Napoleão em, por um lado, invadir Portugal e por outro, dominar Espanha, pode ser visto como uma das maiores falhas estratégicas de Napoleão que, aliás, referiu-se a ele, nas Memoires de Ste. Hélène como: c'est ça qui m'a perdu (tradução: foi isso que me fez perder).

As tropas de Napoleão retiram-se de Moscovo, por Adolph NorthenNapoleão abdicando em Fontainebleau, por Paul Delaroche, 1855, Museu de Finas Artes, Leipzig

A saída da família real para o Brasil marcou também o início do processo de Independência do Brasil. Na sequência da Revolução de 1820 em Portugal, a corte voltou a Portugal, restabelecendo-se em Lisboa a capital, voltando o Rio de Janeiro a ser de novo uma cidade colonial.


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