História, perguntado por julianacv40, 8 meses atrás

De onde era tirado o sustento para as comunidades quilombolas?​

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Respondido por anafofahbr123
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Resposta:

Artesanato com planta da caatinga garante sustento de quilombolas no PI

Produção de redes caroá é a principal fonte de renda em comunidade rural.

Sertanejos se embrenham no meio da caatinga para extrair a planta nativa.

A vida de aproximadamente 80 moradores de uma comunidade remanescente de quilombo na zona rural de Dom Inocêncio, a 615 km de Teresina, não seria a mesma se não fosse uma planta típica da caatinga. Considerada a comunidade mais pobre do município, o povoado Jatobazinho fica distante aproximadamente 50 Km da zona urbana e tem como principal fonte de renda a produção de redes de caroá.

O caroá é uma espécie de bromélia nativa da caatinga e bastante resistente à seca. E foi na planta sertaneja que os moradores de Jatobazinho encontraram uma maneira de driblar a pobreza extrema que no passado foi bem mais severa na comunidade. Atualmente, os programas sociais do governo ajudam a complementar a renda, mas o grande motor do vilarejo continua sendo a produção das redes.

De acordo com Policarpo Vieira de Sousa, líder da comunidade, a confecção das redes começou ainda com os primeiros moradores do lugar. A atividade exige esforço e trabalho braçal tanto dos homens quanto das mulheres e até as crianças costumam ajudar os pais na atividade produtiva. Ele conta que o processo de produção dura vários dias desde a extração do caroá na caatinga até a finalização das redes.

"Todo mundo está envolvido no trabalho, pois é o sustento fundamental da nossa comunidade. É um trabalho coletivo que precisa ter gente e até as mulheres vão para o mato tirar o caroá. Na confecção das redes as mulheres fazem muito mais que os homens", falou.

Policarpo explica que devido o caroá não ser uma espécie cultivável está cada vez mais difícil encontrar a planta próximo à comunidade. Ele conta que atualmente os moradores precisam se deslocar até 19 quilômetros para encontrar a espécie em outras partes do município, o que aumenta as despesas e diminui o lucro dos quilombolas.

Depois de extraído na caatinga, o caroá tem as cascas retiradas, é deixado cinco dias de molho na água, em seguida é batido, lavado e exposto para secar. Só depois de seco é que se inicia o processo de produção das cordas para a confecção das redes. Segundo Policarpo, em média uma rede dura de três a cinco anos, conforme a frequência de uso.

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