Português, perguntado por miihkauane1511, 10 meses atrás

dê exemplos de cantiga de amor e cantiga de amigo​

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Respondido por camilaaparecidalimam
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Resposta:

Explicação:

Nas chamadas cantigas de amor, influenciadas pela arte praticada na região de Provença, na França, impera o tema do amor cortês, isto é, o modo de amar do cortesão, daquele que vivia na corte.

Entre a dama e o cavaleiro, estabelece-se uma relação equivalente à que existia na vida política. A mulher é vista como suserano e o poeta, como vassalo. O cavaleiro se dedica de corpo e alma ao culto da amada, que mantém sempre um comportamento altivo, distante do pretendente.

Representação de uma cantiga e seus elementos.

Iluminura do Cancioneiro da Ajuda (Nobre, jogral com viola de arco, rapariga).

O amor é chamado de cortês ou cavalheiresco, porque coube aos cavaleiros, que formavam a nobreza militar, criar uma nova visão de mundo, que vem a ser a cortesia. Os cavaleiros deveriam se comportar como um cavalheiro, segundo regras rígidas de comportamento, diferenciando-se, desse modo, da plebe.

Entre os trovadores galego-portugueses destacam-se D. Dinis (1261–1325), também conhecido como “rei trovador”. A ele são atribuídas as autorias de 138 cantigas.

Veja um exemplo de cantiga de amor.

Estes meus olhos nunca perderan,

senhor, gran coyta, mentr’ eu vivo fôr;

e direy-vos, fremosa mia senhor,

d’estes meus olhos a coyta que an:

choran e cegan, quand’alguen non veen,

e ora cegan por alguen que veen.

Guisado teen de nunca perder

meus olhos coyta e meu coraçon,

e estas coytas, senhor, mias son:

mays los meus olhos, por alguen veer,

choran e cegan, quand’alguen non veen,

e ora cegan por alguen que veen.

E nunca ja poderey aver ben,

poys que amor já non quer nen quer Deus;

mays os cativos d’estes olhos meus

morrerán sempre por veer alguen:

choran e cegan, quand’alguen non veen,

e ora cegan por alguen que veen.

Cantigas de amigo

As cantigas de amigo, originárias da Península Ibérica, abordam o universo da cultura popular rural. “Amigo” significa, no contexto das cantigas, “amante” ou “namorado”. Quem fala é uma mulher do povo, que lamenta a ausência de seu amado. Quanto à forma, elas apresentam uma riqueza superior às cantigas de amor.

Apesar de a voz lírica do poema ser feminina, o trovador que escreve os versos é sempre um homem, o que faz com que apareça, nos poemas, a ideia masculina sobre a saudade e o amor, temas das cantigas de amigo.

Apesar de aparecer o sentimento de saudade, o tom das cantigas é de felicidade, porque, afinal, o amor de que se fala, apesar de distante, é real.

O espaço do campo retratado nessas cantigas tem grande importância, já que a natureza é retratada de maneira a se perceber uma grande intimidade com ela, como se as águas dos rios, os pássaros, as flores, a luz do dia estivessem ligados por afinidade mágica com as pessoas.

Uma cantiga de amigo pode ser chamada de paralelística, se as estrofes pares repetirem as ideias das estrofes ímpares com ligeiras modificações. Se a cantiga tiver um verso repetido, diz-se que se trata de uma cantiga de refrão. Normalmente, elas são paralelísticas e com refrão. Vejamos um exemplo.

Ai flores, ai, flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo?

ai, Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado?

ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pos comigo?

ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,

aquel que mentiu do que mi a jurado?

ai, Deus, e u é?

Vós me perguntades polo voss’amigo?

E eu ben vos digo que é viv’ e sano

ai, Deus, e u é?

Vós me perguntades polo voss’amado?

E eu ben vos digo que é viv’e sano

ai, Deus, e u é?

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