Dê as características do Bioma Amazônia e explique sua biodiversidade e importância para o planeta.
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Resposta:
Abaixo, um resumo das características e das mudanças ocorridas no Bioma Amazônia entre 2000 e 2018:
A Floresta Amazônica é considerada a maior extensão de Floresta Tropical do mundo, conforme o Global forest atlas, e, também, a maior região hidrográfica do planeta, cobrindo cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados, com 1 100 afluentes. Ela provê importantes serviços dos ecossistemas que são essenciais, tanto em nível local (produtos extrativos, lenha etc.), como regional (manutenção do clima e da qualidade de água, por exemplo), quanto global (captura de carbono, regulação do ciclos hidrológicos, entre outros aspectos). A manutenção de sua imensa biodiversidade encerra enorme potencial para a pesquisa agronômica e medicinal.
A Amazônia foi o bioma com o maior número de mudanças percentuais no uso da terra observadas entre 2000 e 2018, sendo o maior destaque a redução da sua cobertura florestal, que, no último ano considerado, representava 75,7% de sua área total. Nesse período, a vegetação florestal foi reduzida em 265 113 km², valor que representa a maior redução de coberturas naturais dentre os biomas brasileiros no período analisado. No total, 50,2% de todas as mudanças observadas no Bioma Amazônia decorreu da conversão de outras classes de uso da terra para pastagem com manejo, e 31,0% se refere a conversões de vegetação florestal para mosaico de ocupações em área florestal (Figura 2). A classe de vegetação florestal deu lugar, sobretudo, a áreas de pastagem com manejo, que passaram de 248 794 km², em 2000, para 426 424 km² do bioma, em 2018, e de mosaico de ocupações em área florestal, evidenciando uma fragmentação da paisagem na região.
Assim, o Bioma Amazônia apresentou, nesse período, um aumento de 71,4% na área de pastagem com manejo, e de 288,6% na área agrícola, essa última, principalmente, entre os anos 2012 e 2014. Em particular, após 2012, cerca de 43% das novas áreas agrícolas decorreram da conversão de áreas de pastagem com manejo. Por isso, é importante notar o gradual crescimento da área agrícola na região, o qual se se manteve contínuo ao longo dos anos, passando de uma área de 17 073 km², em 2000, para 66 350 km², em 2018. Assim, esse bioma respondeu por 74,0% e 23,9% do crescimento, respectivamente, das classes de pastagem com manejo e área agrícola em relação ao total do Brasil entre 2000 e 2018.
Com tudo isso, a dinâmica amazônica observada no período analisado é marcada pelas transições entre vegetação florestal, mosaico de ocupações em área florestal e pastagem com manejo, que muitas vezes se intercalam, mas seguindo a tendência geral de crescimento das classes de pastagem e mosaico de ocupações em área florestal e diminuição da classe de vegetação florestal. Essas mudanças indicam o padrão de uso do chamado “arco do desmatamento”, inicialmente marcante nas bordas do Bioma Amazônia, em áreas de contato com o Bioma Cerrado, e agora apresentando uma interiorização considerável, ao seguir construções de estradas, margens de rios e adjacências de obras de infraestrutura.
Esse padrão seguiu a lógica da construção de estradas vicinais às rodovias, ou cursos de rios, e foi impulsionado pela extração de madeira e garimpo, com desmatamento pontual. Com a implantação de projetos fundiários, facilitados por benefícios fiscais, são fomentados não só grandes empreendimentos agropecuários, como também a construção de novas rotas que impulsionaram a expansão de pastagens, em geral manejadas por queimadas, conforme relata o Macrozoneamento ecológico-econômico da Amazônia Legal. Considerar essa dinâmica é relevante, visto que, apesar de toda a abundância natural e a riqueza cultural do Bioma Amazônia, que abriga grandes estoques de madeira, peixes, minério, entre outros recursos, ele também abarca as maiores populações tradicionais do Brasil.
A riqueza natural da Amazônia florestada se contrapõe, dramaticamente, aos baixos índices socioeconômicos da região, de baixa densidade demográfica e crescente urbanização. Isso é demonstrado pelos resultados da participação percentual das Grandes Regiões nos componentes do Produto Interno Bruto - PIB pela ótica da renda, em que a Região Norte ocupa o último lugar em todos os componentes, segundo dados do Sistema de Contas Regionais do IBGE. Entre 2016 e 2017, na economia brasileira, o setor agropecuário cresceu 14,2% em volume do PIB, sendo que, na Região Norte, o crescimento desse setor foi negativo, tanto no Estado do Acre, onde a participação, em termos de variação em volume do valor adicionado bruto da atividade agropecuária, foi de -10,5%, quanto no Estado do Amazonas, que registrou -3,0%. Assim, a atividade agropecuária no Bioma Amazônia, apesar de ocupar uma considerável extensão de terras em termos absolutos, e estar em expansão, não possui expressividade no valor da produção nacional, e nem no emprego ou renda, indicando uma produção pecuária extensiva e uma agricultura de baixa produtividade.
Explicação:
Fonte: IBGE